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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: UM PEDAÇO DE NOSSA VIDA

J. PRATES


Quando abro na Internet – bendita banda larga - o moc.com., o que faço quase todos os dias, depois que o descobri por intermédio de Ivanilde Prates que não conheço pessoalmente, mas, modéstia à parte, basta ser Prates pra ser gente boa, eu revivo o meu passado tão distante, nessa terra boa das Minas Gerais. Leio uma notícia, fecho os olhos, deixando que me venha à mente aquele céu limpo, sem nuvens, sem esperança de chuva, fazendo as mulheres em procissão, com pedras na cabeça para colocarem ao pé do cruzeiro, na praça dr. João Alves; gostoso estar na matinê de domingo, no Cine Cel Ribeiro. No escurinho da sala, casaizinhos sentados lado a lado, de mãos dadas, irrompendo em gritaria ao aparecer na tela a figura de Jonh Wayne ou de Roy Rogers. Era gostoso morar na Rua Bocaiúva, paralela aos trilhos da Central, ouvindo todos os dias o apito do trem avisando de sua chegada às moiçolas em trajes domingueiros, que o esperavam na plataforma da estação; gostoso descer a rua dr. Santos, ficar parado na esquina vendo os operários retirando o calçamento velho para substituí-lo por blocretes, por obra do Capitão Enéas, prefeito naquela época; gostoso tomar caldo de cana e comer pele de porco torrada, no bar de Zé Periquitinho, ali na esquina dr. Santos com praça do mercado; gostoso ir ao estádio João Rebelo assistir ao clássico Ateneu x Cassemiro, com torcidas em lugares separados; gostoso o footing à noite, na rua Quinze, com rapazes ao longo da calçada, vendo as donzelas desfilando na rua bem iluminada, em frente à Casa Ramos; gostoso é abrir o moc.com. e ver estampados os nomes de Manoel Higino, Waldyr Sena, Wanderlino Arruda, Luiz de Paula, Oswaldo Antunes. Gente como a gente, que viveu o mesmo tempo, um passado que não morreu, que vive e nos faz viver. Manoel Hygino, jornalista iniciante, que cobriu conosco a primeira visita de Juscelino a Moc. Foi quando veio a CEMIG.
Passado não é, simplesmente, uma flexão verbal que representa a ação já finda. É um pedaço de nossa vida, guardado no baú de nossa mente. Quando o retiramos para revê-lo, toma conta de nós e nos mostra, pedaço a pedaço, tudo de belo que um dia vivemos; mostra-nos os amigos de então e nos faz relembrar cada um, com seu jeito, suas maneiras e seus estilos. O tempo passa destruindo muita coisa: a juventude, a agilidade... e muda quase tudo: a aparência física, os hábitos, a maneira de viver... não destrói nem muda o que de belo está guardado no baú de nossa mente, porque éum pedaço intocável de nossa vida.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal, percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a família. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente adido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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