Aos 72 anos, morre em casa, no Rio, a atriz Marília Pêra; teatro, TV e cinema perdem a sua grande dama

A atriz, cantora e diretora Marília Pêra morreu hoje, no Rio de Janeiro, aos 72 anos. A atriz lutava contra um câncer há 2 anos e morreu em casa, ao lado da família. Marília Pêra deixa os filhos Ricardo Graça Mello, Esperança Motta e Nina Morena, além do marido Bruno Faria. O velório será no Teatro Leblon, a partir de 13h, também neste sábado.
DESGASTE
No ano passado, Marília Pêra foi diagnosticada com desgaste nos ossos do quadril, o que a afastou das gravações de "Pé na cova", na TV Globo, um dos seus últimos trabalhos. A carreira de Marília Pêra começou nos anos 1960, como bailarina dos teatros de revista. De lá, migrou para papéis em musicais até ser escalada para a novela “A moreninha”, em 1965. Marília era uma das artistas mais completas do Brasil: além de interpretar, era cantora, bailarina, diretora, produtora e coreógrafa. Trabalhou em mais de 50 peças, quase 30 filmes e cerca de 40 novelas, minisséries e programas de televisão. Um dos últimos trabalhos da atriz foi sua participação em "Pé na Cova".
DITADURA
Em 1972, foi protagonista da novela “Uma rosa com amor “e nas décadas seguintes acumularia quase 40 personagens na teledramaturgia. Sua trajetória profissional também se confunde, em certos momentos, com a história do Brasil. A atriz chegou a ser presa pela ditadura militar em 1968, por causa da peça “Roda viva”, e foi uma das responsáveis pela repercussão internacional do filme “Pixote – A lei do mais fraco” (1980), no qual interpretou a prostituta Sueli.