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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 29 de março de 2024

Fogo em presídio de M. Claros: "...os bombeiros combateram os vários focos de incêndio espalhados em pavilhões distintos, todavia os detentos ateavam fogo em novos pontos, sendo gasto um grande volume de água..."

Terça 08/03/22 - 6h49

Divulgação do Corpo de Bombeiros:



Incêndio em Unidade Prisional

Após solicitação pelo telefone 193 três viaturas do 7º BBM deslocaram para atendimento de ocorrência de princípio de incêndio no interior das celas do Presídio Alvorada, na tarde da última segunda-feira(07) onde os detentos jogavam pedaços dos colchões em chamas no corredor, provocando uma grande quantidade de fumaça.

Diante dos fatos, os bombeiros combateram os vários focos de incêndio espalhados em pavilhões distintos, todavia os detentos ateavam fogo em novos pontos, sendo gasto um grande volume de água para controlar o fogo.

Não houve registro de mortes nem feridos pelo fogo.

Além das 03 viaturas, 07 militares do Corpo de Bombeiros foram empenhados na ocorrência.

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Jornal O Tempo:

Em rebelião, detentos ateiam fogo em colchões em presídio de Montes Claros

Corpo de Bombeiros e Polícia Penal atuaram para conter o movimento, mas resquícios de fumaça e barulho tomaram conta da região

Detentos atearam fogo em colchões no Presídio de Montes Claros II, no bairro Jaraguá II, no Norte de Minas Gerais, no início da tarde desta segunda-feira (7). O Corpo de Bombeiros e a Polícia Penal atuaram para conter o movimento, mas resquícios de fumaça e barulho tomaram conta da região.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SESP) de Minas Gerais confirmou, em nota à reportagem, que houve a rebelião. Em nota, a pasta afirma que “os pedaços [de colchões] em chamas estavam sendo jogados para o lado externo da unidade por meio das ventanas. A situação de subversão da ordem foi prontamente controlada pelos Policiais Penais, sem a necessidade de intervenção do Grupamento de Intervenção Rápida (GIR)”.

“A unidade não sofreu danos em sua estrutura e não há presos feridos e/ou com necessidade de atendimento médico”, completou. A manifestação dos encarcerados em Montes Claros ocorre em meio à redução dos serviços de segurança pública no Estado, em decorrência da greve promovida por agentes do sistema.

Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver familiares dos presos nas imediações do complexo penal. Também, fortes barulhos, que aparentam ser disparos de armas, são ouvidos. Detentos não estão recebendo visitas de advogados, nem encomendas de familiares.

“A tendência é de aumentar incêndios e motins”
Especialista em segurança pública, Robson Sávio, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, afirmou a O TEMPO que a principal hipótese é de que casos recentes de ataques a ônibus, como ocorreu em Belo Horizonte, dentre outros semelhantes, podem estar relacionados com a situação dos presídios mineiros, que piorou durante a pandemia da Covid-19, e o movimento grevista das forças de segurança do Estado.

“Na pandemia tivemos o agravamento de alguns problemas estruturais, como a superlotação das unidades, e as decisões arbitrárias do Estado e das direções dos presídios. Por outro lado, temos as forças de segurança, inclusive os policiais penais, fazendo uma série de reivindicações ao Estado”, explica.

Esse cenário se soma, segundo ele, à facilidade de comunicação entre os presos e grupos organizados que estão em liberdade e podem realizar ações como a queima de ônibus. Com o movimento da categoria da segurança pública, que trabalha em escala mínima, em alguns casos, também fica comprometido o combate ao crime organizado, segundo Robson Sávio.

“As polícias sabem que existe este contato fácil entre o interior dos presídios e os grupos organizados aqui fora. Então, se temos um afrouxamento do trabalho das polícias, isso acaba ficando ainda mais facilitado”, completa.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas (Sindppen-MG), Jean Carlos Ottoni, as visitas tiveram que ser suspensas nas unidades prisionais por falta de agentes. “O caos se instalou no Estado porque o governador não entende que somos importantes. Tem unidade que está com 2.300 presos para 5 policiais. Não podemos colocar a vida das pessoas em risco; se não tem efetivo não tem como ter visita”, afirma.

O presidente da Associação Mineira dos Policiais Penais e Servidores Penais (Amasp), Luiz Gelada, chegou a afirmar, nesse domingo (6), que a “tendência é só aumentar esses incêndios e motins ou até mesmo [ocorre uma] rebelião.”

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