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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: PALMEIRA DA MINHA TERRA


Ah, Velha Palmeira !

És mais respeitada e falada, muito mais agora, do que aquelas outras, famosas, de Gonçalves Dias, eis que, muito antigamente - quando do mar vinham caravelas trazidas pelo vento – nelas, só, e apenas, cantava o sabiá.

E aqui hoje, já bem longe no tempo e do mar, quem vos canta são os poetas de todas as gerações, nestes longínquos e românticos gerais de Guimarães.

Cinqüenta e oito anos se passaram e até hoje sua morte ainda provoca fascínio e mistério nessa lira maravilhosa de ontem e d’agora.

E linda, ela continua lá, na Praça da Matriz, fora do jardim, como bem mostra o retrato antigo ao ser lhe aplicado um moderno “zoom”, com seu passado e sua glória de ser a protetora de quem a procurou para não morrer, participante ocular da aguerrida história de nossa gente.

Na velha praça, em frente à casa que a acolheu, viu nascer, e que um dia, por razões de somenos, pediu suplicante a sua morte, esqueceram-se do Velho da Palmeira, Camilo Philinto Prates que ali ficava, à sua sombra, meditando coisas da política e como fazer a nossa própria história..

Paira, entretanto, uma dúvida, posto que sobre o seu nascimento, 25 de novembro de 1872, plantada pelas mãos do Cônego Chaves, nunca houve nem mera sombra de discordância.

Qual seria o exato ano em que, a vis machadadas de vândalos, inicialmente lentas e depois com vigor de profissionais, ela, tristemente, transformou-se em lenha e depois, para alegria do futuro, na poesia eterna de João Chaves?

Nelson Vianna, em seu livro “Serões Montesclarenses” foi esclarecedor, tanto na data do nascimento, quando da sua morte : “...foi plantada na tarde de 25 de novembro de 1872 uma palmeira. Era linda e enfeitava a praça com suas verdes palmas, com sua elegância fidalga, até a tarde de 18 de fevereiro de 1948, quando foi sadicamente sacrificada por mãos profanas.”

Virgínia Abreu de Paula, com sua acuidade e determinação – que respeito muito – no estabelecimento da verdade histórica, coloca dúvidas sobre a data da morte, conforme suas palavras, ao resolver “... investigar mais alguma coisa num caderno de meu pai , onde ele rabiscava notas que nunca foram publicadas ”. E a data da derrubada, de acordo com a linda crônica não publicada de seu pai, passou a ser 1949, a pedido de uma senhora cuja casa estaria ameaçada pela Palmeira.

Sem este acesso privilegiado, familiar, restou-me, pobre e curioso mortal, recorrer, também, ao seu saudoso pai , Hermes de Paula, nosso mais talentoso historiador cujo livro “Montes Claros, Sua Gente e seus Costumes”, edição de 1957, que guardo e conservo com o maior carinho, é até hoje, para mim, a mais fidedigna fonte de pesquisas dessa nobre história montes-clarense.

Na página 384, deste magnífico livro, no capítulo intitulado “Miscelânea Histórica”, Dr. Hermes escreveu o seguinte texto : “Em fevereiro de 1948, O Prof.Athos Braga, vice-prefeito em exercício mandou derrubar o velho babaçu plantado na praça Dr.Chaves e que ameaçava cair na casa do Sr.José Barbosa Neto. Isto deu motivo a muita crônica e poesia, lamentando o ocorrido...”.


Abraços a todos

Flavio Pinto



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