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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: Esmola não destrava

Waldyr Senna Batista

Mais uma vez, tornou-se evidente que o discurso usado pelos políticos durante as campanhas eleitorais pouco tem a ver com a prática de governo. É tudo encenação. O exemplo mais recente é o do presidente Lula da Silva que, nos palanques e nos programas de rádio e televisão, não se cansou de pintar com cores de otimismo a situação econômica vigente no país. <br>Encerrado o pleito, a conversa mudou. Agora, o presidente apregoa a necessidade de medidas rigorosas com a finalidade de “destravar” o país. A palavra-chave passou a ser essa. É preciso destravar a economia, as exportações, os investimentos, a burocracia e inúmeros outros setores da administração, sem o que o PIB ( produto interno bruto ) não alcançará o percentual de 5% no próximo ano, única forma de, segundo o presidente, reduzir o desemprego, promover o desenvolvimento e colocar o Brasil em destaque no cenário internacional, tirando-o da humilhante posição em que se encontra na América Latina, onde só supera o Haiti em crescimento.<br>Números divulgados pelo IBGE, com as comemorações pela vitória ainda nas ruas, mostraram que foi de decepcionante 0,5% o crescimento do PIB no terceiro trimestre, o que leva a crer que, ao final do ano, o índice anual será pouco superior a 2,5%, com algum otimismo.<br>Ao tomar conhecimento do resultado pífio anunciado pelo IBGE, o presidente Lula da Silva desconversou: disse que seu pensamento já mira o futuro, os exercícios de 2007 a 2010. Para ele, 2006 é passado. O importante agora é “destravar” o país, implantando governo de coalizão, propondo ao Congresso mudanças estruturais, e tome perorações improvisadas sem qualquer relação com a realidade do país e do mundo. No âmbito internacional, as indicações são de que a economia mundial continuará crescendo em índices expressivos. Se o Brasil não melhorar seu desempenho, verá ampliar-se o abismo que o separa até de seus vizinhos mais pobres.<br>Setores das oposições e a CNBB ( Conferência nacional dos bispos do Brasil), esta aliada e principal inspiradora de Lula e do PT antes da chegada deles ao governo, cuidaram de enfatizar que, para alcançar taxa de crescimento compatível com as necessidades, o governo terá de mudar a ênfase de sua política. Em vez da bolsa-família e outras esmolas, que foram o carro-chefe do primeiro mandato, ele terá de promover investimentos, tanto no setor privado quanto no público. Só assim haverá criação de empregos e crescimento econômico com inserção social. Segundo a CNBB, o bolsa-família até agora cumpriu o papel emergencial de atendimento às famílias famintas, mas sem distribuição consistente de renda. O resultado mais visível alcançado pelo programa foi o estímulo à preguiça.<br>Os bispos disseram o óbvio. O modelo até aqui patrocinado pelo governo tem a marca do clientelismo, que é eficiente para ganhar eleição. O mapa das apurações mostrou isso, haja vista a maciça votação alcançada pelo presidente nos estados pobres, contrastando com a obtida na região sul-sudeste.<br>Montes Claros e o Norte de Minas são exemplos dessa disparidade. Aqui, de cada quatro votos apurados, três foram destinados ao presidente Lula da Silva; e, na maioria dos demais municípios norte-mineiros, as apurações foram ainda mais impressionantes, semelhantes às das regiões mais pobres do Nordeste, onde o bolsa-família predomina.<br>Na análise dos bispos, para “destravar” o país, o governo terá de rever seu programa social, desenvolvendo, em paralelo, consistente conjunto de obras, se é que tenha por meta a promoção social e não apenas a preservação da pobreza, que foi o efeito perverso das ações até agora praticadas.

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