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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: Sinais trocados

Waldyr Senna Batista

O prefeito Athos Avelino não atribuiu importância ao fato de, no decorrer deste mês, haver sido hostilizado publicamente por populares. A primeira manifestação deu-se em solenidade realizada na Câmara municipal, quando ele foi insultado por um popular, que teve de ser contido por policiais. A outra, em assembléia de servidores municipais, quando lhe foram arremessados ovos e tomates, em protesto pelo fato de não terem os funcionários recebido, no prazo devido, a segunda parcela do 13° salário.<br>Os dois episódios, sem precedentes na história política do município – nem mesmo no curso de administrações em que a popularidade do prefeito alcançava os mais baixos níveis -, embora possam ser qualificados como oriundos de setores específicos, a cargo de desordeiros, não podem ser menosprezados. O prefeito deveria avaliá-los com mais rigor e, sob o aspecto da segurança pessoal, cercar-se de cuidados em suas futuras aparições em público.<br>Mas não parece ser essa sua disposição, preferindo atribuir essas manifestações ao fato de sua administração haver aplicado 21% dos recursos em saúde e educação, quando a lei a obriga a aplicar 15%. Os 6% de diferença representaram a soma do dinheiro que fez falta na hora do pagamento da gratificação natalina. Questionado pelo jornalista Benedito Said sobre se não temia ser celebrizado como o prefeito que atrasou o pagamento dos servidores, e não por ter aplicado pesado em saúde e educação, o prefeito limitou-se a comentar: “Vou enfrentar mais essa”.<br>Sua convicção é de que a história lhe reserva posição mais cômoda. Em discurso pronunciado também neste mês, em solenidade de prestação de contas, o prefeito expediu recados, atribuindo a antecessores a responsabilidade pelas dificuldades que encontrou na primeira metade do seu mandato. Sem citar nomes, a primeira carapuça foi lançada na direção do político que o ataca, diariamente, pelo rádio, a quem acusa de explorar a pobreza para tentar manter o mando sobre a cidade. Outro, segundo disse, passou-lhe a prefeitura com dívida acumulada de R$ 74 milhões e sem capacidade para investimentos, o que o levou a adotar “choque de eficiência” para “arrumar a casa” e viabilizar “importantes realizações” que, conforme declarou, alcançaram as áreas de saúde, educação, segurança pública, geração de trabalho e renda e habitação. Depois de alinhar tantos pontos positivos, e sem qualquer referência ao fato de ter tido participação direta e destacada em uma das administrações que criticava, o prefeito indagou: “Por que não fizeram tantas e tão expressivas obras quando aqui estiveram, nesta cadeira onde estou sentado neste momento?”.<br>Confrontado com a fúria dos manifestantes que o desrespeitaram, o discurso otimista do prefeito revela falta de sintonia com o que se denomina de voz rouca das ruas. A cidade apresenta aspecto deplorável, exigindo presença efetiva da administração. E o povo pede apenas o que é de rotina: coleta eficiente de lixo e recuperação decente da pavimentação seriam bom começo. Mas o prefeito declarou em seu indignado discurso: “Quem grita pela mudança é o povo. É ele quem protagoniza a grande transformação que está em curso. Por ele, para ele e com ele é que estamos governando e fazendo o que precisa ser feito”.<br>Não é bem assim. Os sinais que o povo está emitindo diferem radicalmente disso. Ou o prefeito ainda não conseguiu decodificá-los corretamente ou seu sistema de comunicação não foi capaz de fazer chegar à população esse lado operoso da administração

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