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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 17 de maio de 2024
 

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Mensagem: De longe, Alemanha, acesso esse site para ter notícias da minha Montes Claros querida.É a maneira que encontro para rever a minha cidade, que não é de nascimento, mas, de coração. Estou chocada com os recentes acontecimentos. Vejo que a cidade assumiu a cara de metrópole, infelizmente, no pior sentido. E os artistas montesclarenses, onde estão? Tantas comemorações, medalhas,homenagens....E não vejo nada sobre trabalhos voluntários.Trabalhos que poderiam recuperar as mentes desocupadas, encaminhar desencaminhados, iluminar os que vivem na escuridão. Volto lá, nos tempos da ditadura, onde os artistas eram cerceados em sua liberdade e ainda assim, se juntavam, se uniam, lutavam contra o sistema, arriscavam a vida, sofriam torturas, física e moral, mas preservavam um ideal, que ia além de aparições na mídia, sucesso a qualquer preço ou dinheiro fácil, fruto de trabalho de gosto duvidoso. Onde está a arte, meu Deus?! Onde estão os artistas, que com seus gestos e atitudes, poéticas ou rebeldes, abriam um nicho de esperança aos menos afortunados? Ainda existem, ou se renderam à ditadura velada, à pseudo-democracia? Onde estão as telas e músicas de Godô, as canções de João Chaves,o regionalismo do ´Grupo Agreste´, a Montes Claros que Tino Gomes cantou, os saudáveis carnavais onde Nice reinava quase absoluta, não fosse a companhia de outros igualmente monárquicos como Wanda e Geraldino, com sua belíssima Waldely, os shows descontraídos do Beto Guedes, a feira de artes da Matriz,os bares cantados por Wanderdaick,os festivais de música, quando as músicas tinham, também e principalmente,letra? Vivo agora em Kiel, uma cidade destruída pela guerra e posteriormente reconstruída, onde se ouve muito Beethoven, nascido aqui mesmo na Alemanha, mais exatamente em Bonn. E dormindo como os poetas, sonho com o dia em que Montes Claros surgirá, dos escombros, radiante e bela. Sem violência, sem maldade, com a arte e seus artistas, novos e velhos, antigos e atuais, a embalar os dias e noites das gerações vindouras. Judith Beck

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