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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Mulher vive com quatro balas alojadas na cabeça
Luiz Ribeiro
A doméstica Patrícia Pereira Gonçalves, de 23 anos, moradora de Montes Claros, no Norte de Minas, ganhou as páginas de jornais, sites e o noticiário de redes de televisão em diversas partes do mundo em novembro de 2006. O motivo da divulgação foi ela ter sobrevivido a seis tiros disparados contra sua cabeça e um na mão. Passados dois anos, Patrícia luta para conseguir uma cirurgia, para a retirada de quatro balas (calibre 32) que continuam alojadas entre o couro cabeludo e o crânio. Por outro lado, o autor dos tiros, seu ex-companheiro José Ferreira Bastos, de 50, está solto, trabalhando como taxista. Depois do crime, ele foi preso, julgado e condenado, mas cumpre a pena em regime aberto.
Patrícia vive atualmente com o balconista Félix, pai de sua filha mais nova, Fernanda, de 1 ano. Ela foi atacada na tarde de 10 de novembro de 2006. Revoltado com o fim do relacionamento – que durou um ano e 10 meses –, o taxista José Ferreira foi à casa da ex-companheira, no Conjunto Coronel Joaquim Costa, em Montes Claros, a fim de matá-la. Primeiro, ele partiu para cima da doméstica com uma faca, os dois entraram em luta corporal e a mulher conseguiu tomá-la do taxista. Ele sacou um revólver e disparou contra Patrícia sete tiros, sendo que seis pegaram na cabeça e um na mão direita.
O agressor fugiu, acreditando que a mulher estivesse morta.
A vítima foi socorrida e quando chegou à Santa Casa de Montes Claros causou espanto nos médicos, que constataram que os seis projetéis (de revólver calibre 32) que ela tinha na cabeça ficaram alojados no couro cabeludo, sem penetrar o crânio. O neurologista Adriano Teixeira, que a atendeu, declarou que nunca havia visto caso semelhante. Poucos dias depois, a polícia levantou a hipótese de que as balas não perfuraram o crânio porque estariam velhas. “Foi um milagre de Deus. Por isso não morri”, disse Patrícia, logo depois de ter escapado do ataque. Hoje, afirma que sobreviver aos seis tiros na cabeça fez com que virasse religiosa. “Freqüento a igreja constantemente. Antes, não fazia isso.”
Ela, então, foi submetida a uma cirurgia, sendo retiradas duas balas. Deveria voltar pouco tempo depois para retirar os outros projéteis, mas isso não ocorreu até hoje. A doméstica afirma que, pouco depois de ter levado os tiros, conheceu Félix e engravidou. Por isso, na época, não procurou os médicos. Passado algum tempo, tentou marcar a cirurgia, mas esbarrou nas dificuldades do Sistema Único de Saúde (SUS). “Vou tentar novamente pelo SUS, mas preciso primeiro agendar uma consulta com um clínico geral para, então, fazer todos os exames necessários. Ainda não consegui a operação porque essas coisas pelo SUS demoram muito”, afirma.
Ela quer acelerar a cirurgia porque sente uma forte dor no ouvido direito e acredita que possa ser conseqüência das balas que estão alojadas na cabeça. Quanto ao projétil da mão direita, ela diz não sentir nada. Em outubro, devido à sua história, Patrícia Gonçalves participou de um programa de auditório numa rede nacional de TV. O apresentador do programa, um ator conhecido (Rodrigo Faro), fez um apelo para que alguém pudesse ajudar a doméstica a conseguir a cirurgia. “Mas até hoje não apareceu nenhuma ajuda. Se aparecer, vou agradecer muito”, pede Patrícia.
Apesar de sua vida ter mudado completamente, estar vivendo com um homem que a trata bem, segundo suas próprias palavras, Patrícia sente muito a falta da filha mais velha, Jennifer Lorrane, que vive com o pai, José Ferreira Bastos. Na época do crime, a menina tinha 11 meses. A doméstica diz que o ex-companheiro não permite que ela e seus familiares tenham contato com a criança. “Lamento não ver minha filha. Mas não tenho nenhum trauma do atentado, pelo contrário, tirei uma lição. Passei a pensar de outra forma. Aprendi que a gente nunca pode confiar num companheiro da gente totalmente. Quando ele faz ameaça, às vezes a gente não acredita, acha que não vai acontecer nada, mas, um dia, ocorre. O pior é que a violência cresce a cada dia e ninguém faz nada”, comenta.

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