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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: ACADEMICO OLYNTHO SILVEIRA

Em nossa casa paterna, éramos assinantes da Gazeta do Norte e tínhamos preferência pela leitura das crônicas e artigos dos colaboradores mais constantes, entre os quais eram mais assíduos Nelson Vianna, Candido Canela, Sylvia Velloso dos Anjos, Sebastiao Tupinambá, Felicidade Perpetua Tupinambá, Yvonne Silveira e seu consorte Olyntho Silveira, este casal residjndo então em Francisco Sa. Reconhece-se que a matéria mais lida era justamente a assinada pelos colaboradores, todos eles redatores da melhor qualidade e expoentes de nossa literatura regional.
Com o mesmo interesse com que líamos as crônicas e pequenos contos de um Nelson Vianna ou de um S. Tupinambá, éramos atraídos pelos versos imortais de Candido Canela ou de Fely. O casal Yvonne e Olyntho também agradava aos leitores contando as novidades de seu pequeno mundo do Brejo das Almas, em prosa e verso.
Vimos a conhecer pessoalmente o simpático e brejeiro casal de literatos somente alguns anos depois de ler suas publicações no jornal de Jair Oliveira. Temos a data exata gravada na memória, por incrível que pareça, como se fosse gravada a fogo. 4 de julho de 1959: festa de inauguração da agencia do Banco do Brasil em Francisco Sa, há exatamente meio século. A chegada do ilustre casal ao local do evento foi um momento que despertou a atenção de todos os presentes. Muito estimados e admirados, por isto mesmo não chegaram para os abraços e saudações.
Em 1962, aconteceu a inevitável mudança do casal para Montes Claros, marcando o ponto de partida da nova fase de sua vida, em que deram o melhor de si pelo engrandecimento social e cultural de nossa cidade. Trabalharam pelo enriquecimento de nossa vida espiritual, sem descanso e apenas com o propósito de servir e participar do plantio da cidade das futuras gerações, na implantação do ensino superior e de entidades voltadas para o aprimoramento de nosso nível intelectual.
Olyntho nasceu há 100 anos, no poeirento Brejo das Almas do tempo do valentão Benedito Picuamba. Menino bem comportado e exemplar, foi coroinha do Padre Augusto Prudêncio da Silva, com quem assimilou a doutrina da Igreja e adquiriu rudimentos de latim e frances, sem perder de vista a gramática da Língua Portuguesa. Deveria ter ido para o seminário do Caraça, como se usava na época. Porem, tal fato não se deu e teria mudado o rumo de sua vida. Ele ficou no Brejo aguardando o progresso da vila que se tornou cidade, no ano de 1923, ate que um acontecimento extraordinário do cotidiano brejeiro assinalou definitivamente o seu destino.
Estabeleceu-se, ali, o farmacêutico Antonio Ferreira de Oliveira, diplomado em Ouro Preto e pai de uma formosa moça de 14 anos chamada Yvonne, por quem o distinto rapaz Olyntho Silveira, de família fidalga, perdeu-se de amores.
Segue uma historia de lirismo e muita poesia, coroada por um matrimonio longo, eterno e feliz. Quando namoravam, ele foi para São Paulo com o ideal de regressar trazendo na bagagem o canudo de bacharel. Ocorreu que a saudade da namorada distante falou mais alto e ele desistiu do plano de bacharelar-se em Direito. Se tivesse insistido, não obstante o chamado do coração, poderia ter cumprido carreira promissora, pois contava com a simpatia do chefe de gabinete do governador paulista, o poeta montes-clarense Agenor Barbosa, que pretendia encaixa-lo no serviço publico. Ai, outra vez, a mao caprichosa do destino marcou o rumo que os manteve sempre juntos e felizes. (Haroldo Lívio)

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