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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: A banalização do crime Waldyr Senna Batista Os responsáveis pela área de segurança na cidade garantem que os índices de criminalidade estão em queda, o que é verdade, embora distantes do ideal, que é inalcansável. Montes Claros deixou o incômodo 3º lugar no ranking e passou a ocupar a 13ª posição. A população, entretanto, não experimentou ainda a denominada “sensação de segurança”, provavelmente porque as estatísticas se atenham mais aos chamados “crimes violentos”, que englobam as execuções sumárias atribuídas a disputas do tráfico e consumo de drogas. Estas estão sob controle relativo, com seus principais chefes identificados, presos e transferidos para presídios de outros estados. Com isso, a matança experimentou declínio e se estabilizou em faixa que promete fechar o ano abaixo do que se registrou no ano passado, algo em torno de 5 casos por mês, o que ainda é elevado. Mas a criminalidade que supostamente não deriva das drogas ainda não apresenta sinais expressivos de estar contida. E não é por insuficiência de meios, já que a cidade está aparelhada com o que de mais moderno existe para a repressão, incluindo helicóptero, sistema eletrônico de vigilância, viaturas em número satisfatório e contingente policial adequado. Nada obstante, a intranquilidade ainda prevalece nas ruas centrais e nas residências dos bairros. Nestes, ainda são indispensáveis as muralhas, as grades, as cercas eletrificadas e os alarmes, pois os assaltos e os arrombamentos acontecem com frequência. Nesta semana, em uma mesma página de jornal, foram estampadas duas notícias que dão bem a medida da situação vigente. Uma delas: “Dez vítimas de uma só vez”, referia-se a uma espécie de “arrastão” em madeireira do bairro Roxo-Verde, cujas portas foram cerradas por assaltantes armados que saíram levando R$ 4 mil em dinheiro. A outra, relatava episódio ocorrido em joalheria, onde, segundo o jornal, “Comerciante troca tiros com menor assaltante no Centro”. O bandido era um adolescente de 14 anos, que foi atingido por dois disparos, desferidos pelo comerciante, e escapou, sendo atendido em hospital. Em outros tempos, noticiário desse teor provocaria comoção. Agora, produziu apenas manchetes de jornal, e certamente logo será esquecido. Resultado da banalização da violência, que as estatísticas policiais não mostram em toda sua extensão. Até por que nem todas as ocorrências chegam ao conhecimento da Polícia, pois a população pressupõe que de nada adiantará registrá-las nas delegacias. Esse pode ser outro componente do problema, que precisa ser melhor avaliado. A Polícia Civil não tem mostrado a eficiência que seria de desejar, especialmente no que se refere à apuração de crimes. Para os de menor gravidade, limita-se ao registro do delito. Nos demais, realiza ligeiras averiguações e deixa que o acaso contribua para o esclarecimento. Quanto às execuções, atendidas as formalidades dos inquéritos, elas são atribuídas à disputa pelo comando dos pontos de drogas em que se defrontam dois grupos já identificados e rigorosamente monitorados, não sendo nominados, contudo, os autores dos disparos, que cumprem ordens dos chefões. É evidente que as coisas não se processam assim, de forma tão superficial. Mas observariam maior rigor, se a Policia Civil fosse suficientemente aparelhada para esse trabalho de inteligência. Pelo menos é a alegação de alguns de seus integrantes, em mensagens eletrônicas enviadas a esta coluna. Eles apontam as deficiências materiais da instituição como geradoras da impunidade que alimenta a criminalidade. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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