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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: CONFISSÃO Um cronista deve estar a par do que acontece no mundo, em seu país e em sua cidade. Afinal de contas, o cotidiano é a sua temática principal. Entretanto, ando cansada de noticiários! Cansada de coisas ruins, de violência, de hipocrisia, de corrupção, de jogos de interesses, de disputa de egos, de desamor, de guerras, das fogueiras de vaidade, de tanta futilidade. Ando faminta de Beleza, Poesia, Amor! Ando querendo pés no chão, frutos na árvore, cheiro de mato. Quero recuperar a pureza da infância, suas loucas fantasias, seus sonhos, risadas e brincadeiras. Quero de volta as utopias da juventude, as paixões amorosas, a coragem de mergulhar no novo e desconhecido, a vontade de transformar o mundo. Não suporto mais a miséria de tantos, os preconceitos, a injustiça, o radicalismo, seja do quê for. Resolvi, neste fim-de-semana, descansar completamente. Isto significou isolar-me um pouco, pensar e esquecer tudo isto. Resolvi deixar de lado qualquer obrigação, a internet, redes sociais, etc. Vi, então, filmes extraordinários que me levaram à reflexão e à beleza por que minha alma tanto ansiava. Pude embarcar em belas histórias. Assisti a película “My way, o mito além da música”, que conta a história do artista francês, Claude François, autor da música que leva o mesmo nome e que sempre amei e com a qual me deliciei, tantas vezes, na voz de Frank Sinatra. Nunca soube que seu autor era o francês Claude. A história de sua vida é bastante parecida com a de tantos, que lutam pelo sucesso e se deixam perder por ele. Revi, também, o filme “O Despertar”, com Robert de Niro e Robert Williams em um desempenho fantástico. E, hoje, resolvi dar risada com a “Escolinha do Professor Raimundo”, uma releitura da antiga que era com o inesquecível Chico Anysio. Depois, assisti o “The Voice Kids”, uma série de talentos infantis e juvenis. Lavei a alma... Abandonei por dois dias toda a realidade deste mundo cruel que anda me enojando. Mas, aí, acabei por descobrir que me perdi pelo caminho. Gostaria de ter me dedicado, inteiramente, e com maior profundidade, ao estudo fascinante da mente humana e desenvolvido, além da Literatura, os meus anseios pela música, pelo canto e pela dança. Estudei piano, na infância, por três anos, mas acabei por largar pela exigência da obrigação. Não me esqueço de minha professora, Dona Onda, em Barbacena, e, nem tampouco, de Dulce Sarmento, minha mestra de Canto na Escola Normal. Quis aprender balé, mas meus pais não deixaram porque, naquela época, não era um “meio decente para moça de família”. Assim, alguns sonhos foram morrendo pelo caminho. Sei que podem dizer que não é tarde para realizá-los. Tenho um amigo, o professor Juvenal Durães, que, depois dos oitenta anos, dedicou-se a aprender música e italiano. É uma lição de vida! Eu, entretanto, não tenho este ânimo, nem esta força de vontade. Bem, depois deste descanso e destas reflexões todas, sinto-me renovada porque sei que ainda há motivos para se acreditar na beleza da vida e na bondade de poucos, mas que merecem meu respeito. Maria Luiza Silveira Teles (Presidente eleita da Academia Montes-clarense de Letras e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros)

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