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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Manifestações perigosas Hoje em Dia Manifestações como as que se pretendia promover em capitais brasileiras, em 13 de março de 2016, deixam apreensivas as pessoas de bom-senso, principalmente quando se vive aqui período tão conturbado como o atual. As instituições funcionam, embora sob o clima denso e tenso de horas difíceis, de que podem valer-se os que se movem por instintos perversos, os desesperados, os baderneiros, enfim aqueles para os quais quanto pior, melhor. Vem-me da memória um acontecimento terrível da história da Rússia em 1905, quando o povo, sofrido mais do que antes pelas dores da guerra e crescentes necessidades, se sentia desprotegido e começava a não crer na bondade do czar. Documentos com reivindicações eram encaminhados ao soberano, mas nenhuma resposta prática e válida era oferecida. Um dos grandes apelos era a jornada de trabalho de 8 horas, que constituía uma espécie de grito de guerra do padre Gapon, da Igreja Ortodoxa. Era mais um reformador do que um sacerdote, bom orador, mas que também defendia o dever de fidelidade ao czar. Com 32 anos, magro e de rosto encovado, barba negra pontuda, tornou-se o ídolo da massa em Petrogrado, ex-São Petersburgo, a capital. Sua União dos Operários Industriais Russos se tornou movimento nacional e Gapon, após assistir a uma incômoda e inútil greve de quatro dias por postulações operárias, marcou uma grande manifestação para o domingo, 22 de janeiro de 1905, às 14h, em frente ao Palácio de Inverno, residência da família imperial. Seria um contato direto do soberano com a massa. Tudo acertado, a multidão, com homens, mulheres e crianças, se aglomerou nas ruas cobertas de neve, carregando ícones e retratos do czar. Gapon à frente. À medida que se aproximava do Palácio, cantava o “Deus Salve o Czar”. O sacerdote levava à mão o pedido de oito horas de jornada, de salário mínimo de um rublo ao dia, de supressão das horas extras de trabalho e de uma assembleia constituinte. Nicolau II se tinha ido a outra residência oficial. Diante do Palácio de Inverno, parece que os comandantes militares e policiais foram atingidos por uma espécie de pânico, quando os manifestantes não se dispersaram, a despeito da ordem. Os operários a sua vez estavam extremamente ansiosos por se aproximarem do czar. A guarda do palácio abriu fogo. A gente gritava e se debatia. Mais de 500 pessoas morreram e milhares ficaram feridas. Os que assistiram ou passaram ali depois guardaram para sempre a lembrança do sangue sobre a neve. O imperador irremediavelmente se desligara para sempre dos súditos mais simples e humildes. Este foi o Domingo de Sangue. O padre Gapon se viu constrangido a fugir, através da fronteira da Finlândia. Mandou mensagem a Nicolau: “O sangue inocente dos trabalhadores, de suas esposas e de seus filhos ergue-se entre vós, ó alma destruidora, é o povo russo. Nunca mais poderá haver relação moral entre vós e ele... Que todo o sangue derramado, carrasco, recaia sobre vós e sobre os vossos”.

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