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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Capital no Urucuia Manoel Hygino Quando a capital deste país se transferiu para o planalto central, por iniciativa e disposição sensata e lúcida de Juscelino, muito se perguntaram a razão da escolha. Grande parcela dos brasileiros conheciam que o projeto era bem antigo. Napoleão Valadares, mineiro do Noroeste do Estado, procurou apurar mais, inclusive para fazer constar de seus numerosos livros, escritos e publicados após instalar-se na nova Brasília, (porque havia uma Brasília no Norte deste território, antiga Santana de Contendas). Valadares se dirigiu a Afonso Ligório, um dos fundadores da Associação Nacional dos Escritores, na nova metrópole do Brasil. Ligório lhe explicou que Francisco Adolfo de Varnhagen já dissera que a localidade ideal para a nova sede de governo seria no Urucuia, onde nasceu Valadares. Com a informação, o autor mineiro vasculhou “A Questão da Capital: Marítima ou no Interior”, de Varnhagen. Lá, encontrou: “... é isto com tanta maior razão quando, pouco antes, havíamos vacilado em favor de duas outras localidades vizinhas: os chapadões de Santa Maria e Urucuia”. O texto era mais extenso: “Na vasta extensão que acabo de percorrer, há, porém uma região não menos apropriada (...), fazendo a um tempo dela partir águas para os três rios maiores do Brasil e da América do Sul, Amazonas, Prata e São Francisco, e constituindo-a, por assim dizer, o núcleo que reúne entre si as três grandes concas ou bacias fluviais do Império. Refiro-me à aquela região situada no triângulo formado pelas três lagoas – Formosa, Feia e Mestre d’Armas (...)”. Deste modo, o escritor mineiro também soube que Varnhagen andou por aquelas paragens em 1877, antecipando-se ao agrônomo belga Luís Cruls, em 1892. Aliás, o historiador Adirson Vasconcelos já se referia ao assunto aduzido que, em 1839, em carta ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro acrescentara seu ponto de vista em favor da mudança da capital do Brasil para o interior do território pátrio. Napoleão Valadares comenta: “Quanto à localização da capital da região do Urucuia, poderia ser uma boa coisa em termos de progresso, mas tiraria a paz do vale. Melhor mesmo que ela tenha ficado no Sítio Castanho, onde está”.

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