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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A voz de Minas Manoel Hygino 2022 marca os 90 anos de um dos movimentos políticos mais candentes da República, uma revolução como efetivamente é considerada. São Paulo e Minas Gerais se ergueram contra Vargas, conduzido ao poder pela revolução de 1930, mas que não cumpria o estabelecido. Nem nova eleição para o Catete, nem uma nova Constituição. Em Minas, Artur Bernardes, caçado na região da Mata mineira, foi preso como um bandido e levado ao Rio, permanecendo prisioneiro em bases militares nas ilhas das Cobras, do Rijo e Vigia. Nesta, o ex-presidente prestou depoimento, de que há cópia no Arquivo Público Mineiro. Eis um trecho: “Declarou que organizava no Estado de Minas Gerais um grande movimento revolucionário, que não teve o começo de execução, mas seria vitorioso, se não tivesse sido em tempo descoberto”. Em geral, o entusiasmo pela causa, e ele declarante sentia dificuldade contrária ao absolutismo, mesmo temporário. Há precisamente um século, em 1831, que ele se levantou, com Teófilo Otoni à frente, contra tentativas absolutistas de D. Pedro I, em um dos mais expressivos movimentos que se conhece e, secundando o povo amotinado, no Rio, viu logo implantar-se o regime constitucional Pátria nova. Agora era a repetição na História que ali se verificava. A injustificável tardança em entregar a nação ao governo de si mesma, alienou em Minas, como no país, as simpatias que fortaleciam o governo do sr. Getúlio Vargas. Sua autoridade passou então a ser considerada ilegítima, e a não merecer, portanto, obediência. Tecnicamente falando, o povo passou a ver em S. Exa. um usurpador do poder, e isso por dois motivos: primeiro, porque, nas democracias, os governos haurem sua autoridade das constituições políticas e, na falta destas, da vontade popular, por ser o povo soberano. Ora, conclui-se, destruída nessa parte a Constituição de 24 de fevereiro pela Revolução de Outubro, ficou sendo o povo a fonte de toda a autoridade. Este, cheio de esperança, alçou o sr. Getúlio Vargas ao governo; mas, verificando que, em dois anos, ele não correspondeu aos seus anseios, retirou-lhe a confiança...” A opinião pública considerava que “o sr. Getúlio Vargas, protelando o advento da Constituição, transformava em definitivo um governo que lhe foi dado a título provisório”. Minas mais uma vez, erguia a voz.

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