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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Hora de pensar Manoel Hygino Embora a farra semanal em direção aos bailes de periferia, embora o crescimento do público nas disputas esportivas, não se pode ignorar o diário direcionamento de multidões no Brasil em busca de abrigo para as noites de frio ou daqueles segmentos que passam fome. Contraria-se Pero Alves Caminha, quando previa que muito esta terra produziria porque é boa e, em se plantando, tudo nela se daria. Estamos conduzindo mal os destinos da nação, há séculos. O resultado aí está e nos enche de dor e vergonha. Passar fome na terra de Canaã. Os números da tragédia que as folhas publicam diariamente confirmam os fatos. Segundo os dados, 33,8 milhões de brasileiros sobrevivem hoje com menos de um salário mínimo por mês, como aconteceu em 2021. São informações do IBGE, portanto confiáveis. Isso quer dizer que, em somente um ano, 4,4 milhões de pessoas recebem a renda mensal inferior a R$ 1.212, o maior contingente em toda uma década. Nem falamos nos milhões que não têm trabalho anotado em carteira, inclusive porque os empregadores pagam menos de um mínimo e não o registram, evidentemente. E há mais: segundo o Dieese, 52% dos reajustes com data-base em março último não procederam à reposição da inflação, atirando mais para baixo a renda já insuficiente do trabalhador. Como se sustentam os adeptos dos folguedos e nas alegrias do fim de semana? De que vivem? Como conseguem para assumir as despesas extras? Pero Vaz Caminha sonhava, mas era 1500. Presentemente, há cerca de 11,3 milhões de pessoas sem trabalho, enquanto cerca de 50 milhões seguem em situação de pobreza, das quais 12 milhões em extrema pobreza, com rendimento de R$ 155 mensal per capita. Não dá sequer para comprar alguns medicamentos. Daí, não serem poucos os que reclamam do SUS, que faz milagre para prestar assistência a mal alimentados e, em decorrência, dos doentes em potencial que se dirigem às UBS e UPAs. Será que os numerosos candidatos aos mais importantes cargos que disputarão conhecem a imensidão dessa tragédia? Terão projetos ao menos para amenizá-la? É hora de pensar: o eleitor e o candidato. Imagens medonhas a que se assiste pelas televisões como as das pessoas em busca de uma marmita em meio a sujeira das ruas, não são artimanhas dos cinegrafistas. Quando os mais beneficiados pela força divina conseguem dormir, não esquecem as cenas dolorosas e vergonhosas se transformam em pesadelos. A inflação tem parte da responsabilidade nesse quadro tenebroso, mas não existe sozinha. Há uma série de fatores acompanhando o que os técnicos do governo deveriam propor, enquanto há tempo.

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