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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 23 de novembro de 2024
 

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Mensagem: BARRAGEM DO RIO CAATINGA – ENGº DOLABELA – BOCAIÚVA. A barragem demanda alerta para um provável risco de rompimento. Construída pelo Grupo Atalla na década de 70 no ponto de coordenadas geográficas: UTM 23 K 616289 W – 8056863 S, distante da capital do estado 320 quilômetros e 113 quilômetros de Montes Claros. Na cota máxima reserva “aproximadamente” 23.000.000 m³ numa área máxima de 04 km². (Foto Google Earth). Salienta-se que os contribuintes da barragem têm alguns dos seus canais de drenagens intermitentes, que permanecem secos na maior parte do ano. Entretanto, em função da sua bacia de contribuição contar com 80 % em rocha no período chuvoso, a descarga líquida é extremamente volumosa, causando aumento repentino do volume das águas. São verdadeiras “cabeças d’águas”, causando enchimento total em poucos dias ou horas. Depois de anos de monitoramento visual desta barragem, elaboramos dois relatórios de vistorias a pedido do comitê SF06. Foram inúmeras reuniões entre os representantes do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Jequitaí – Pacuí e trecho do São Francisco (CBH SF06) - Defesa Civil de Bocaiúva - INCRA - Ruralminas - Polícia do Meio Ambiente- Corpo de Bombeiros e Agricultores do P.A. Betinho (assentamento). Além das audiências com o Ministério Público, destaco que, os relatórios serviram de base para ações do MP. Algumas ações foram tomadas face às orientações descritas nos relatórios, entre elas a construção de um novo vertedouro – um canal de fuga para aliviar a descarga do vertedouro pós-enchimento de forma evitar o galgamento precoce. Com tudo, a ESTRUTURA FÍSICA (maciço) ainda é a mesma e continua sem os instrumentos de auscultação, essenciais para a avaliação das estruturas de um barramento. O vertedouro antigo já foi levado pelas águas várias vezes (foto). No tocante a segurança da Barragem do rio Caatinga/Dolabela ainda apresenta “sinais críticos de instabilidade” – infiltrações na base e a falta de proteção dos taludes (enrocamento à montante e grama à Jusante) – erosões oriundas das marolas vêm afetando o talude à montante, e são visíveis. É indubitável que as equipes da Defesa Civil de Bocaiuva - Setores de Desenvolvimento e Infraestrutura Rural do INCRA - Polícia Rodoviária (com relação a BR 135) e a comunicação do Corpo de Bombeiros Vêm orientando as famílias ribeirinhas do Rio Jequitaí – Engº Dolabela e adjacências acerca da segurança e rota de fuga. O volume de água da barragem no nível máximo chega a 23 milhões de metros cúbicos (m³) – volume considerável para ocorrer uma catástrofe. O INCRA que é o tutor da Barragem do Rio Caatinga (Dolabela) sabe que “o momento é de cautela” diante das tempestades que estão recorrendo depois de anos de estiagens. A região norte-mineira passará por um período de chuvas torrenciais neste final de ano, e, a princípio do “novo” (conforme previsões). Neste caso, a Defesa Civil de Bocaiuva e o Corpo de Bombeiros provavelmente estão em alerta máximo quanto aos moradores das áreas de inundações - além de informá-los quanto à estrutura da barragem. O interessante, segundo informações de moradores - existem dois projetos de parceria entre a Prefeitura Municipal de Bocaiuva - Emater e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), de implantar piscicultura e um Parque flutuante de energia solar sobre o espelho d’água da barragem. A ideia é fomentar o cultivo de peixes e a produção agrícola das mais de 700 famílias no Projeto de Assentamento Betinho (PA Betinho). Em tempo: - Trata-se de uma informação subjetiva “embasada” nos relatórios enviados ao INCRA - relatos dos ribeirinhos e em uma recente visita deste escriba ao local - sem nenhuma intenção de alarde! V - XII - MMXXII (*) José Ponciano Neto é ex- conselheiro do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Jequitaí – Pacuí e trecho do São Francisco (CBH SF 06) – Ex – conselheiro do COPAM-NM – Técnico em Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Membro da Comissão de Geografia e Ecologia do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas.

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