Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 28 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: ALGUMAS DO BROCA

Relata Keats que: o poeta deve dar poesias como as árvores dão folhas e acrescento quer o jogador de futebol, se artista da pelota, deve fazer presepadas, naturalmente. No, livro Oitavo das Ciências lê-se: os deuses tecem infortúnios para que as futuras gerações não faltem o que contar. Conto-lhes, pois, algumas histórias do Broca, o glorioso Ateneu, nos bons tempos de Dona Albertina.
Humberto Xerife ainda era rapazinho, Milton Ramos o poderoso cartola do time, Bichara o maior cabeceador de defesa e seu Manoel do Ateneu vestia a camisa alvinegra. Gildásio estava no auge e o Broca foi jogar contra a Seleção de São João da Ponte, formada de jogadores do Grêmio e do Cojutaba.
João Carinha foi tirado da cachaça que bebia e contratado como juiz. Chegou capengando, se balançando todo de um lado para outro e, com a ousadia inspirada na fubuia, foi logo apitando um pênalti contra a seleção local. Acontece que o goleiro defendeu o pênalti, encaixando a bola junto ao peito, para delírio da torcida. Mas, um leitãozinho que estava dormindo em um tufo de grama ao lado da trave, com a barulheira saiu correndo e entrou dentro do gol. Como o leitãozinho era da cor da bola, Carinha com a cara cheia de cana, enxergando o que não devia, achou que era a bola que tinha entrado e apitou marcando o gol, liquidando a seleção de São João da Ponte no minuto final!
À noite, já tendo tomado banho, curado a ressaca e passado o medo de taca, pois saiu do campo protegido pela PM, tomava uma fresca na porta da pensão, quando um baita de um negão torcedor fanático do São João da Ponte, fulo de ódio pelo tremendo roubo cometido contra o seu time, buscava uma vingança.
Não reconhecendo o Carinha, pois o mesmo estava disfarçado de capiau, com chapéu de palha, botina e roupa rasgada, o torcedor local foi logo perguntando: você viu aquele juiz manco que roubou do São João da Ponte? Carinha, que é malandro velho, respondeu na bucha: Ele se mandou de carona para Montes Claros...
Já o conhecido Luizão, gente boa dos Montes Claros, torcedor emérito do Galo, alto, corpulento, barrigudo, barulhento, espavorecido, voz de taquara rachada, acompanhava a comitiva do Ateneu que foi jogar contra o Ipiranga de Manhuaçú. O Broca ganhou pelo escore de 1 x 0, quando o cartola do time, o conhecido “cash man” Zezé, que estava presente nas comemorações da vitória, ouviu Luizão, para puxar o seu saco, falar alto e em bom som: foi na “gestação” de Zezé que o Ateneu teve e está tendo a sua melhor fase!
Essa não é fácil nem para a galera do meu Vascão! O cordão dos puxa saco cada vez aumentando mais!
Como nem só de graça e de presepada vive a história futebolística do Ateneu, Brant, na direção do time, levou a meninada para jogar um amistoso com o Pará de Minas, naquela cidade. Indo à frente, para as providências iniciais, como hospedagem e reconhecimento do campo, deparou-se com o saudoso Milton Ramos, antigo cartola e treinador do Ateneu, nos bons tempos dos anos 50 e 60.
Vestindo garbosamente a camisa alvinegra, foi até a sede do clube da terra para prestigiar o antigo técnico do Ateneu. Lá chegando, Milton Ramos ao ver as cores do Ateneu se esvaiu em lágrimas. Não agüentou segurar a barra da emoção e nem conseguiu falar aos jogadores. Brant tomou a palavra, fez a apresentação, falou bonito enaltecendo o antigo técnico do Broca.
Já o goleiro Trator, só jogava usando uma touca de malha na cabeça. Em uma disputa de campeonato, a partida já para terminar, o escorre era um x um, com a torcida do Ateneu rezando aos Orixás de dona Afra, quando o Ateneu cometeu um pênalti.
A arquibancada chorou ante a perspectiva de perder o campeonato com aquela falta! Trator não se intimidou e arregalou os olhos. O adversário bateu o pênalti, Trator defendeu abraçando a pelota. No pulo que deu, o seu gorro caiu dentro da rede. Por desinformação ou ingenuidade, acreditando que, com o pênalti defendido tinha matado o lance, abraçado com a bola entrou dentro do gol para apanhar a touca.
Foi a vaca pro brejo, pois o juiz, atento, marcou corretamente, de acordo com a regra, o segundo gol para as cores adversárias e o Ateneu perdeu o jogo.
Não teve coré coré, minha gente! Gol é gol aqui e na Cochinchina...

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima