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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 28 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O peso das bolsas

Vittorio Medioli

Se você acha que ser honesto é prerrogativa para ganhar eleições políticas, está enganado. Não é um esquema de ´mensalão´, não é o flagrante de assessores com malas de dinheiro sem origem circulando em hotéis para comprar dossiê fajuto, não são obras superfaturadas, não é a comprovação de que R$ 10 milhões foram pagos ao marqueteiro da última campanha (em dólares e bem longe do Brasil) ou outras falcatruas com dinheiro público que escandalizam a maioria do eleitorado tupiniquim. Acostumou-se.
O que pesa mesmo na hora de votar são as vantagens, não aquelas que a nação como um todo poderá receber, fruto de medidas e políticas acertadas. São as vantagens palpáveis que caem no bolso e se transformam de imediato em alimentos. Ditas como transferências de rendas, são uma edição moderna das antigas esmolas.
Entre uma vara para pescar e um peixinho para fritar na hora, vence este último. É este que ganha o voto.
Os programas ´sociais´ conduzidos pelo ministério de Patrus Ananias, como meta não declarada, têm a formação de imensos currais eleitorais. Óbvio, pintada com palavras magniloquentes. O efeito colateral é a dependência econômica, não só do indivíduo, mas hoje de inteiras e extensas comunidades. Distribui-se sem contrapartida, fora de um contexto estruturante voltado a gerar a emancipação econômica e um grau maior de cidadania.
O Norte de Minas é um exemplo estarrecedor. O prefeito de uma cidade da região ´mais pobre de Minas e do Brasil´, cujas responsabilidades se estendem sobre mais de 20 mil eleitores, confessou-me que apesar de um índice apocalíptico de desemprego: ´Está difícil encontrar alguém para trabalhar´.
Segundo ele, o cerne do imbróglio está no fato de que mais de 5.000 pessoas são titulares de ´bolsas´ que seriam perdidas se fossem trabalhar. Preferem assim permanecer inquilinos de programas federais do que suar um salário mínimo de R$ 415. Simples, a ´bolsa´ é garantida, já o emprego sofre os caprichos do imponderável.
Dizia também que os ´bolsistas´ são ´marretados´ até se convencerem de que foi Lula a enviar aquele maná ao deserto. Portanto, com cerca de 20% de assistidos e ainda atemorizados com a possível perda do benefício, vencer eleições presidenciais, do jeito que está, será um passeio.
O prefeito chega a gastar mais tinta. Dever-se-ia, ´para eliminar a compra de voto a que se reduziram esses programas´, operá-los através de uma fundação de notória e reconhecida idoneidade e imparcialidade, ainda fiscalizada por órgãos internacionais.
É sonhar demais! Idéia boa como essa precisa de 50 anos para ficar madura.

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