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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O ENCONTRO DOS SESSENTÕES
Já estou beirando os 64. Alguns montes-clarenses que, como eu, premidos pela existência, não mais residem em nossas plagas, resolveram organizar, em nossa aldeia, nos dias 15 e 16 de novembro, um encontro. “A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”, já dizia o poeta. Sei que os meninos que estão à frente do evento me respeitam muito, até pelos maus exemplos que lhes dei na juventude. Alguns se tornaram meus admiradores, sem saber que minha admiração por eles é muito mais intensa. Tornaram-se personagens de meus livros. Essa turma, liderada por Nenzão, Tininho, Picolino, Armeninho, Alberto e Chico, convocou-me a comparecer. Nenzão até me pediu autorização para publicar, num livro que marcará o encontro, uma crônica do Bala 60, intitulada Bach na Zona, que o tem, junto a Tininho, Picolino e Armeninho, como personagens e que narra a proeza deles, ainda jovens e amantes da música, numa Sexta-feira Santa, quando fizeram Tia Edna executar, em sua pomposa radiola, a Paixão de Cristo, segundo Johan Sebastiann Bach, o que emocionou não só aos protagonistas, mas a todas as sacerdotisas que residiam no randevu.
Há, também, o caso de Tininho, Picolino e do saudoso Virgílio Baiano. Depois de uma farra homérica, Virgílio resolveu levar Picolino, cujo pai era funcionário da EFCB, em sua casa, que se localizava depois dos trilhos, numa área privativa. Não é que Virgílio cismou de deixar o amigo na porta de sua residência e fez o fusquinha subir os degraus do majestoso prédio de nossa Estação? Só não continuou por causa da catraca, que impediu a passagem do veículo. Mas que deixou Picolino bem perto, deixou. Afinal, “companheiro é companheiro e carro tem pé redondo é pra deixar os amigos nas portas de suas casas!”
Há, ainda, uma outra história em que eles, acompanhados por Luiz Milton, depois de degustarem várias bebidas surrupiadas dos papais, já quase o dia amanhecendo, sem grana, resolveram abrigar belas “fazedeiras de amor” num dos vagões, em frente ao local de embarque de passageiros. Entraram sorrateiramente e, quando estavam no bem bom, ouviram um tremendo solavanco. Uma máquina, Maria Fumaça, engatara o vagão e dera partida. Como sair dali em tais circunstâncias? E o medo? Quietinhos, foram até Glaucilândia, onde conseguiram descer, arrematando a farra, horas depois, numa viagem de volta, desta vez num carro enviado pelo pai de um deles para buscá-los, e às moças, de volta aos doces lares.
Por essas e por outras e muito mais para matar a saudade de pessoas maravilhosas que estarão presentes é que o convite desses meninos soou em mim como uma coação moral irresistível, como uma intimação que, não atendida, poderia tornar-me alvo de imperdoável omissão que nunca desejaria carregar pro jazigo. Gosto muito desses meninos, agora também sessentões. Sexagenários ou sexigenários? Sei lá! Vou, sim, se Deus me permitir, participar, com muita alegria, só que na condição de convidado sessentão um pouquinho mais velho, de outra turma, também muito bacana. Que nós bebamos muita água ardente e que levemos muita água do céu a nossa aldeia! Axé!!!

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