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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O próximo capítulo

Manoel Hygino (Jornal ´Hoje em Dia´)

No sábado, dia 25 de outubro, realizou-se no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, no seu Espaço Cultural, o IV Fórum Mineiro de Professores de Jornalismo, sob tema ´O futuro do jornalismo e o jornalista do futuro no contexto das Convergências de mídias.
O encontro teve caráter especial, pois serviu de preparação ao Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, no PUC-Minas, Unidade São Gabriel, em abril próximo.
Antecedendo à parte formal dos encontros, houve um ato até comovente. Prestou-se homenagem a um grupo de veteranos homens de imprensa, entre os quais meu nome fora incluido.
A nosso lado, prestigiosas figuras do jornalismo, como Guy de Almeida, Dídimo de Paiva, Anis José Leão, Paulo Lott, Hermínio Prates, José Carlos Alexandre e Luis Carlos Bernardes, séculos – como disse eu – de devotamento às lides da imprensa – com isenção, com altivez, sem subserviência.
Os ´antigos´ tiveram a oportunidade de transmitir um pequena mensagem sobre aquele momento e o que ele representava em termos de esperança para a classe e de firme convicção de continuar a luta por princípios, idéias e ideais, reiteradamente cerceados pelas circunstâncias.
Antigo companheiro da ´Tribuna de Minas ´, de Belo Horizonte, matutino político de curta duração, Anis Leão evocou Paulo de Tarso, cuja transcendente importância para o cristianismo jamais foi posta em dúvida.
Como fizera Paulo Narciso, em texto que me enviara, às vezes é preciso ser radical como Paulo de Tarso, imerso no silêncio edificante do deserto da Arábia.
Ali, por um ano, foi bafejado pelos ventos, até que os acontecimentos da estrada de Damasco aniquilassem o homem velho e, para glória de Deus, nascesse o Apóstolo dos Gentios, que inseriu a comunidade cristã no plano salvacionista do Messias.
É preciso estabelecer liames entre os fatos. Os homens de imprensa são, como os poetas, arautos de novos tempos e, incessantemente, sacrificados por sua posição diante dos poderosos.
A liberdade de imprensa e do homem de imprensa é uma utopia diante das pressões a que são submetidos, todos os dias, todas as horas, em todos os minutos e lugares.
Foi dentro dessa linha de raciocínio que se manifestaram os mais velhos, sem pretender dar lições aos mais jovens.
Todos trazem uma carga de experiências nem sempre felizes no exercício de seu trabalho, que é mais do que um ofício, porque missão.
Lembramo-nos certamente dos que já não estavam, nem estão, entre nós, que foram fiéis e persistentes na defesa de princípios.
Porque o jornalismo não é apenas um emprego, meramente uma profissão, um meio de ganhar dinheiro – sempre parco, quando não insuficiente até a manutenção.
O jornalismo não tem por objetivo oferecer notoriedade, pela qual tanto se batem os mais jovens. Ele exige conhecimento, experiência, compromisso, competência, dedicação, capacidade de sacrifício, se se quiser ser fiel a si mesmo é a consciência.
O jornalismo é uma guerra, mesmo quando não se vá aos campos de batalha em qualquer parte do mundo. Todos os dias há batalhas, e não poucos perdem a vida para (ou por) dizer o que pensam e sentem, em sociedade mercantil como a nossa.
Oxalá o bezerro de ouro seja destruído por preces, compreensão entre os homens, honradez e sensibilidade aos problemas e desafios do mundo. A crise econômica, a partir do desabamento de falsas convicções, poderá talvez direcionar os homens para as vias sadias da solidariedade. Somente o amor constrói.
Esperemos que esta hora tormentosa ensine o que não se deve fazer, inclusive a submissão da imprensa, quando ela não se curva a negócios escusos, à corrupção sob todas as formas. A crise, mais do que econômica é ética. Os ideais dos precursores da grande nação do Norte se desfizeram, fragorosamente, com prejuízo para todas as demais. Os jornalistas terão papel singular no próximo capítulo desta história.

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