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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: CORPO E ALMA DA CACHAÇA

A boa cachaça, assim como um bom scotch, tem um corpo e uma alma que os anima e para agregar o ente-alma ao produto, nada melhor do que a mão e o olho do dono...
Uma das melhores cachaças produzidas nos rincões das Minas Gerais é, sem dúvida, a Insinuante. A velha e a nova, originalmente feita na fazenda Laranja, pela empresa Itabayana Agro Pastoril Ltda. de Astério Itabayana.
Como toda boa cana produzida no lado direito do velho Chico, para os lados de Pedras de Maria da Cruz na divisa do município de São Francisco, a bebida é leve e tem buquê de terra.
O terroir, apresentando ainda e incorporada à sua tradição, o gosto de coco e tudo somente devido ao terroir que resulta da natureza do solo e lhe dar personalidade. Hoje, a cachaça Insinuante é estandardizada e engarrafada pelo empresário Marcelo Ricaldoni, de um único produtor fabricante com fazenda em Cônego Marinho , sob licença definitiva de Astério Itabayana Filho, herdeiro da marca e da tradição que envolve sua feitura.
A família Itabayana veio do estado de Sergipe, com os patriarcas avós de Astério Filho, Manoel da Mata Felix e Joséfa Olinda Oliveira, oriundos respectivamente de Itabaiana no agreste sergipano e de Propriá, localizada a margens direita do Rio São Francisco na divisa com Alagoas e possuindo larga experiência em plantio e comércio da cachaça às margens do rio. No início, a produção era comercializada em todo estado do nordeste levado pelos vapores a partir do porto de Januária e nas outras regiões de Minas Gerais e demais estados através de vários comerciantes sendo que em Montes Claros o representante, na época empresário do atacado e varejo, hoje no ramo de hotelaria nosso amigo Edmar Rocha Lessa, o Dimas.
A caninha, como é tratada na intimidade, começa a sua vida no campo com a terra sendo preparada para plantio da cana de açúcar, adubada com esterco de gado, calcário e fosfato. A irrigação sempre se faz por aspersão, à cana é colhida aos 18 meses, sempre entre junho e dezembro e, então, moída por até 18 horas. Aí, é determinado o teor do brix, que oscila entre 20 e 30 por cento.
O corte da cana é feito rente ao chão e a palha não é queimada para não se eliminar a Microbiota, um fungo vital para sua fermentação. Do alambique vai para a moenda e dessa para a dorna. Filtração, decantação, tudo vira mosto. Neste, após a filtração, já dá para sentir o aroma e degustar o sabor. Tudo isso, naturalmente, debaixo dos olhos do dono.
Ao mosto, juntam-se o nutriente natural farelo de milho e de arroz e aí se adiciona o pé de Cuba, as leveduras e os fungos, com temperatura entre 25 e 30 graus. A fermentação leva de 12 a 24 horas. O alambique é de cobre, para catalisar a oxidação dos compostos sulfurados, e tudo é aquecido a vapor, uniformemente.
Destilada a cachaça, a bebida é dividida em três partes: a cabeça (os álcoois tóxicos são retirados da destilação), que é jogada fora. O coração (que possui o corpo, a alma e a magia da cachaça) e a cauda (água fraca com os ácidos acéticos, álcoois superiores e o furfural), que também é descartada.
Aí, a bebida é colocada em tonéis de umburana (ou imburana), quando adquire um paladar refinado e, então, dorme no mínimo por um ano!
Após este longo sono nesses barris, a cachaça adquiriu as qualidades sensoriais: aroma, paladar, cor, maciez e buquê definido pela personalidade da terra ou terroir.
A cachaça se fabrica no Brasil há mais de 500 anos e o nome Januária é símbolo mundial de qualidade e verbete do Dicionário Aurélio que entre outras definições ao nome também significa caninha, cachaça, etc.etc.
Toda essa mística da produção da boa cachaça é fruto do trabalho dos fabricantes pioneiros das margens do rio São Francisco, principalmente em Januária, Pedras de Maria da Cruz e região.
O marketing do produto, confiado a profissionais, é um trabalho muito bem elaborado e de relevante importância, no qual se credita, inclusive, o nome da cachaça Havana, produzida em Salinas, hoje reconhecida mundialmente pelos finos degustadores e experts como a melhor de todas, criação do saudoso empresário Anízio Santiago, o grande incentivador da produção dessa bebida, com qualidade, em todo o nosso país. Uma garrafa da cachaça Havana, pela sua extraordinária qualidade, seu delicioso sabor e pelo competente marketing que a consagrou, é mais cara do que um litro do mais afamado uísque escocês! Aqui e na Escócia!
A boa cachaça, apreciada em todo o mundo, orgulho da região norte-mineira, é, hoje, artigo de destaque na exportação brasileira, um grande negócio de 6 bilhões de dólares.

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