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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: CALENDÁRIOS

Wanderlino Arruda

Contei um caso, há algum tempo, sobre alguns exemplares antigos de Seleções do Reader`s Digest que Nathércio França havia me dado de presente. Falei da minha espera em recebê‑las e da alegria com que as tive em minhas mãos, e do prazer que tenho até hoje em lê‑las, tanto em Montes Claros como aqui em Belo Horizonte, de onde escrevo depois de uma cirurgia. Ainda bem cedo e bem agasalhado, tiro proveito de uma delas, a de novembro de 1945, pesquisando infor­mações para transmitir algumas curiosidades sobre o calendário, um pouco de história e uma proposta de mudança para tornar nos­sa vida mais arrumadinha em termos de meses e semanas. Não fi­que preocupado/a, leitor/a, porque, no momento, parece-me, nenhum governo está preocupado com essas coisas. Todos estão às voltas só com as dificuldades internacionais das empresas e das pessoas, com as dívidas ou com o aumento da arrecadação que poderão tirar de dentro da cartola.
O nome calendário vem de calendas, o primeiro dia de cada mês, na antigüidade romana. Já houve muitas formas de contar o tempo, modos com que cada povo praticamente tinha a sua forma de organizar semanas, meses e anos. Assim, houve o calendário hebraico, o chinês, o maia, o armênio, o egípcio, o hindu, o maometano, o de Roma, o asteca e, quem sabe, até o brasileiro, de quando os nos­sos tupis‑guaranis contavam o tempo pelas fases da lua. Foi sem­pre uma absurda mistura de critérios, de tal forma, que um avião que partiu de Londres em 5 de janeiro de 1939 chegou a Belgrado, na Iugoslávia, no mesmo dia, mas numa data designada como 23 de dezembro de 1933. Se um avião voar muito ligeiro e chegar ao Japão dentro de umas cinco horas, acaba saindo hoje e chegando ontem! É tão doidão que ninguém entende, por exemplo, porque a páscoa pode cair em qualquer data entre 22 de março a 25 de abril e o Natal sempre numa data fixa, o 25 de dezembro. Repare que a sexta‑feira da paixão é sempre uma sexta‑feira, mas nunca num mesmo dia do mês.
Os contadores que façam as contas e vejam que não existem dois trimestres no ano com o mesmo número de dias. Têm exata­mente 90, 91, 92 e 93, porque trinta dias têm setembro, abril, ju­nho e novembro; 28 terá um, e os outros trinta e um´. Difícil tirar médias e fazer cálculos nas estatísticas. Os judeus ortodoxos, até hoje, ainda empregam um calendário lunar e sincronizam suas es­tações intercalando um mês extra de dois em dois ou de três em três anos. Os primeiros romanos viveram com um ano de dez me­ses, com 304 dias, até que Numa Pompílio, no Século Vll A.C., acrescentou janeiro e fevereiro. Mas era tudo tão incerto, que os altos sacerdotes habitualmente ainda os encurtavam mais quando seus adversários estavam no poder, e os ampliavam para agradar seus favoritos... Os egípcios, estudando as sombras das pirâmides, fizeram um ano de 365 dias e um quarto, com 12 meses de 30 dias e 5 dias extras para comemorações, um bissexto de 5 em 5 anos. Os astecas tinham o ano com 18 meses de 20 dias e mais as sobras para as festas ou dias chamados nefastos.
Para uma tentativa de uniformização, tal sistema foi adaptado ao mundo romano, quando Júlio César decretou que o ano 46 antes de Cristo fosse aumentado para 445 dias, a fim de ajustar‑se com o sol. Devido às superstições relativas aos números ímpares, os cinco dias de festas foram distribuídos entre os meses. Um dia foi tirado de Februarius e dado a Quintilis, que mais tarde mudou de nome, passando a chamar‑se Julius, em homenagem ao autor do calendário. Uma segunda amputação foi mais tarde perpetrada contra Februarius, por Augusto, que deu o referido dia ao mês do seu nascimento, isto é, agosto. Foi só em 325 depois de Cristo que o Concílio de Nicéia estabeleceu a semana de sete dias, indepen­dente dos meses e dos anos, ou seja, andando com as próprias pernas, se é que semana tem perna.
Foi em 1852 que o Papa Gregório corrigiu a astronomia de Cé­sar, ordenando que três dias bissextos fossem retirados de quatro em quatro séculos. Uma novidade: se for aprovado o calendário mundial, teremos trimestres iguais, cada um com 13 semanas a começar por um domingo e terminar num sábado. O 365º dia será extra e chamará Dia do Fim do Ano. Haverá uma grande desvanta­gem para nós brasileiros: o Natal e o Ano Bom cairão sempre em fim de semana. Vamos perder os feriadões...

Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

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