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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Centenário de Euclides da Cunha

Em 15 de agosto de 1909 o escritor Euclides da Cunha, um dos maiores intelectuais de todos os tempos deste País, deixou a existência terrena, assassinado por Dilermando de Assis, amante de sua mulher Ana Emília Ribeiro. O homem, por um impulso natural, liga-se sempre a uma mulher, mas nem sempre essa mulher é a metade faltosa que completa a sua existência.
Lembrei, em artigo outro, transcrevendo Edyr Augusto, que “o momento de escrever é comparável ao de fazer amor”, mas escrever muitas vezes é doloroso, não a dor fingida do poeta Fernando Pessoa, mas a amargura de relembrar fatos ou pessoas, que nos levam a um sofrimento espiritual.
Neste ano de 2009 somos levados a lembrar, não diria comemorar, o centenário do desenlace terrestre do imortal Euclides da Cunha, e o fazemos com um elevado sentimento de absolvição das agruras dos minutos finais de sua existência.
Na maioria das vezes, ao escrever sinto, de forma prazerosa, o desenlace entre o pensado e o escrito. Neste momento, quando tenho que lembrar a passagem dos cem anos do falecimento de Euclides da Cunha, sinto como que uma dor aguda.
De sua biografia extrai-se que Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, natural de Cantagalo/RJ, filho do poeta baiano Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, foi escritor, professor, sociólogo, repórter e engenheiro, tendo se tornado famoso por sua obra-prima, “Os Sertões”, que retrata a Guerra dos Canudos. Diplomado pelo curso de artilharia da Escola Superior de Guerra, é promovido a tenente.
Como jornalista, representando o jornal “O Estado de S. Paulo”, presenciou as atividades bélicas da Guerra de Canudos, experiência que foi aproveitada para escrever “Os Sertões”, livro com mais de cinquenta reedições em português, e algumas em outros idiomas, que é o retrato vivo do Brasil interior, gente, terra e vida.
Evaristo de Moraes, advogado de defesa de Dilermando de Assis, o assassino de Euclides da Cunha, descreve o friamente os fatos, como argumento de defesa: “Era um domingo, 15 de agosto de 1909. Na casa de número 214 na Estrada Real de Santa Cruz, na Piedade, no Rio de Janeiro, entra um homem agitado e nervoso. Era Euclides da Cunha, o autor de Os Sertões. Bate palmas, é recebido pela jovem Dinorah de Assis, a quem manifesta o propósito de avistar o dono da casa, Dilermando de Assis, aspirante do Exército. Vai logo entrando na sala de visitas. Aí, saca de um revólver e diz: ´Vim para matar ou morrer!´. Entra no interior da casa e atira duas vezes em Dilermando que, atingido, cai. Dinorah, vendo o irmão ferido, tenta arrebatar a arma de Euclides. Ouvem-se mais dois disparos. Outro tiro e Dinorah é atingida na coluna vertebral, junto à nuca, inutilizada para o resto da vida. Dilermando, embora ferido, consegue apanhar o seu revólver, atira duas vezes sem atingir Euclides. Euclides aperta o gatilho de novo e recebe um tiro de Dilermando que lhe fere o pulso. Duelo de vida e morte. Tiros de ambos os lados e um projétil atinge o pulmão direito de Euclides, que cai morto ao solo. Assim foi o que se denominou ´A Tragédia da Piedade´.

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