Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: Talvez seja um pouco dramático o que vou dizer a seguir, porém é uma verdade. A gripe porcina, ou suína, ou AH1N1 é como um filme que vemos pela televisão e imaginamos que isso jamais acontecerá, até que, um dia ela bate à sua porta. Digo isso porque moro na capital Argentina há quase 4 anos e nunca vi ou vivi algo parecido ao que estamos vivendo nos dias de hoje. Vou relatar brevemente o que se tem vivido sob o medo de um inimigo desconhecido.
Desde que se começou o frio de fato, digo de fato, considerando temperaturas abaixo dos 10°C; que estamos escutando os números dos casos sobre a gripe aumentarem a cada dia. Até então nada passava de uma notícia televisiva, quando um dia, voltando do meu trabalho as 18hs, caminhando pela Av Sta Fe (uma das mais importantes da cidade), cruzo com um pai que estava com sua filha no colo, ambos com mascaras e com caras de muito abatidos. Naquele momento me deparei com a realidade, confesso que fiquei impressionado, não pelo fato de eles estarem com as mascaras ou pela doença em si, até mesmo porque sou estudante de Medicina, mas por sentir que realmente uma pandemia estava caindo sobre nós, e o que parecia filme, estava se tornando realidade.
Comecei a notar à partir deste dia, que todos os locais começaram a ficar mais vazios, a Sta Fe já não era a mesma, todos caminhavam rápido, começaram a aparecer pessoas de máscaras nas ruas e tudo aquilo que já deve ter sido noticiado ai no Brasil.
Ontem, ao chegar ao meu trabalho, vi que uma funcionária da empresa estava de máscara, com tosse, febre, mal estar, vomitos, etc. Ao final da tarde, a tal funcionária foi consultar-se com a médica auditora da empresa que imediatamente a mandou para casa. Daquele momento em diante, uma correria se instaurou em todo o nosso piso. As portas foram fechadas, ninguém saia ou entrava; inclusive as portas dos banheiros foram travadas e avisos foram colocados, explicando que não deveriamos toca-las. Imediatamente após a saída da minha companheira, tudo o que estava a sua volta foi isolado; um rapaz da limpeza apareceu vestido de capote, luvas e mascaras, e fez uma espécie de dedetização. A todos nos chegou um e-mail do RH dizendo que a cada hora seriamos obrigados a passar alcool em gel nas mãos e pedindo por favor que todos informassemos se haviamos tido algum tipo de contato com um contaminado ou suspeito. Este pouco tempo foi o bastante para me deixar assustado, principalmente, porque isso não foi tudo. Pouco antes das 6 da tarde, fomos consultados se acaso fosse necessário trabalharmos desde nossa casa, se estariamos aptos a isso, o que todos afirmaram positivamente. Deixei a empresa neste dia, quando todos simulavam uma evacuação (?). Realmente não sei se é demasiado exagero como de filmes americanos ou se todo cuidado é pouco diante do problema.
Resolvi escrever sobre essa situação, porque acabo de falar com um amigo, que infelizmente pegou a gripe e por sua causa, sua faculdade foi fechada. Realmente me assustou toda a conversa com ele, quem me relatou a falta de despreparo do
sistema de saúde local (ele usou o privado, imaginem o público). Ele foi medicado com Tamiflu, vindo do Brasil, porque sua mãe mandou por correio, assim como as máscaras. Sua namorada, por pouco não foi contaminada, porque ambos foram medicados no hospital em que ele foi atendido no primeiro momento, que por sinal, ele por também estudar medicina, ao primeiro sintoma da doença, procurou por ajuda médica.
Hoje, uma fria noite de sexta feira, me encontro em casa, na companhia de alguns amigos, porque já não podemos sair com segurança nas ruas, todos evitamos contato com pessoas desconhecidas e lugares fechados, já não cumprimentamos as pessoas com beijos ou apertos de mão, ou sequer usamos transporte público (onibus ou metro), e aqueles que não possuem carro, usam taxi.
Como no filme hollywoodiano de ficção científica, O Dia Depois de Amanhã, em que o futuro do planeta é incerto por causa da catástrofe do aquecimento global; nós aqui aguardamos o dia depois de amanhã para sabermos o que vamos fazer, já que escolas, faculdades, academias e alguns lugares já estão fechados.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima