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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 27 de abril de 2024
 

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Mensagem: Montes Claros de ontem Mário Genival Tourinho A propósito do breve noticiário do Jornal de Notícias sobre a morte de Márcio Moreira Alves, descendente próximo de ilustre família montesclarense, veio-me à memória pitoresco episódio ocorrido no final da terceira década do século passado, envolvendo os engenheiros Márcio Melo Franco Alves (pai do Marcito) e Joaquim José da Costa Júnior, hoje todos pranteados por nós do setentrião mineiro. Os personagens (Joaquim e Márcio), colegas de turma da Escola Politécnica de Engenharia do Rio de Janeiro, embora se dessem muito bem, guardavam, ainda, restos das velhas divergências provocadas pela política de então, comandadas pelo Dr. Honorato Alves e pelo seu Camilinho Prates, respectivamente chefes dos ´partidos de cima e o de baixo´. Seus colegas, sabedores dessas reminiscências, irreverentes como quase todos os estudantes, viviam provocando os dois para que revelassem algo que suas famílias não gostariam que fosse divulgado. Numa palavra, queriam fofocas dos dois. E muito, hoje nada, encontraram. Joaquim disse-lhes que perguntassem ao Márcio como se dera o casamento de D. Branca de Melo Franco com Honorato Alves, proibido que tinha sido pelo Embaixador Afrânio de Melo Franco. Garridos, foram em grupo os colegas fofoqueiros fazer a pergunta a Márcio, dele ouvindo que, efetivamente, o Embaixador, como irmão mais velho, não só pela sua posição, como também pelo fato de ser o chefe da família, havia vetado o relacionamento(eram mortos os pais e com sua família vivia a irmã Branca, a caçula) o que levou Honorato a procura-lo, dizendo-lhe que pretendia o namoro com boa intenção, era médico realizado profissionalmente. Fora um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte (hoje UFMG), já exercera dois mandatos de Deputado Federal, pertencia a uma família tradicional de Montes Claros e outro que tais, terminando por perguntar qual a razão do veto. Ouviu do Embaixador que preferia não decliná-lo para não constranger seu interlocutor, o qual insistia na resposta afirmando nenhum receio de constrangimento. Já que é assim, foi-lhe respondido, o senhor tem em Montes Claros um irmão médico, também, muito conceituado e querido, com os atributos que reconheço serem de ambos, mas que lá vive amasiado com uma viúva de Itamarandiba (D. Tiburtina), fato que minha família não admite. Redarguiu-lhe Honorato: Isto é muito simples de resolver pois isso é a intenção dele, ou seja, o casamento. Esta semana estou de saída para Montes Claros, a viagem demora uma semana, (ao tempo, o final da linha da Central do Brasil estava em Buenopolis, dali para a frente era a cavalo), lá chegando, acelero este casamento e mais um mês aqui estarei de volta com tudo resolvido. Retomou a palavra o Embaixador, dizendo-lhe que se tudo era tão simples ele (Honorato) deveria aproveitar a oportunidade para casar seu pai (Marciano Alves, vulgo Comboeiro), já que ele também, não era casado. Aí foi a vez de Marcos dizer aos colegas: perguntem ao Joaquim porque o avô dele não se casou com sua avó. Pergunta feita, pronta reposta interrogativa: casar como, se o meu avô era o Cônego Chaves? E, no auge das gargalhadas acadêmicas, ouviu-se o complemento feito por Joaquim: O impedimento do meu avô era o mesmo do bisavô do Márcio, o também Cônego Melo Viana. E tudo bem, entre mortos e feridos salvaram-se todos, para os numerosos e ilustres ramos familiares que floresceram a partir do Norte e do Noroeste de Minas. Tudo que aqui está relatado foi me contado, inicialmente, por Joaquim Costa, para, anos depois, ter integral confirmação por parte de Marcito, com quem tive uma longa e prazerosa convivência no Rio, Brasília, Belo Horizonte e em duas das vezes em que estive em Paris, onde morava ele num castelo, casado que foi com uma nobre francesa. Em doce e idílico exílio, como asseverava Darcy Ribeiro.

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