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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: OS BORÓS Nem Boró, batizado Armando Quintino, hoje é comerciante na loja 17 no Shoping Popular, onde ficava o antigo Mercado Central de Montes Claros. Fala-nos de quando aqui chegou em 20 de Janeiro de 1950, com quatro dias de nascido. Mal veio ao mundo e a mãe o levou para curar o umbigo na feira, trabalhando com a família! O seu pai, Pedro Boró, sua mãe Maria e a sua avó Rosa comercializavam verduras na Pedra, local que ficava nos fundos do logradouro. O velho tinha um caminhão Ford e com ele buscava na cidade de Taiobeiras se abastecer de verduras, requeijões e carne de sol. Produtos procuravam na feira. A viagem durava dezesseis dias em face da condição precária das estradas. Os produtos trazidos eram postos em cima de uma lona que ficava estendida no chão da Pedra, ao lado da loja de Joel Stark, da casa Predileta de Elpídio Carneiro e tendo como fundo os açougues. Tempos do empório de secos e molhados de Zé Amaro, das ferragens da Casa Teixeira, do PF caprichado e das fubuias dos bares de Tiano, Bebé e Zé Saruê, local que nunca foi lavado. Do Armazém Globo de Antonio Barreto, o nosso supermercado de então, da Loja Caçula de Jason Souza Lima, a Casa Boa Vontade de Mário Reis, a Loja Cinco Irmãos, a Casa Preferida que se encontra em atividades até hoje com direção de Sandrinha Madureira. Dentro do mercado havia a atividade do jogo do bicho bancado pelo chefe do logradouro Dimas. A família de Gabilera animava e agitava a feira e Judelina, ainda era pobre, fazia a limpeza dos banheiros. Logo ficou milionária! Do lado de fora e no passeio, as bravatas de Leônidas, comprador de pele de animais silvestres. Volta e meia arranjava uma baita confusão, quebrava o pau, sacava a garrucha Rabo de Égua e dava disparos a esmo. Leonel Beirão tomando todas as cervejas casco verde da Antártica e a sua Boneca de Leonel, que fazendo propaganda das empresas locais passava fazendo o maior baticum e encantando a todos com o alarido dos reclames que se misturava aos gritos de Joaquim Piranha, escorraçando a sua mula chamada Piranha! Em 1996, Nem e sua família mudaram-se para as novas instalações do mercado à Avenida Armênio Veloso, centro, ao lado da boate de Anália e da Praça de Esportes, no prédio da antiga fábrica de Licor de Pequi Corby. Logo o Nem viajava com seu pai para o entroncamento de Salinas, onde o seu avô tinha uma pensão. A viagem era feita parte de trem, até Janaúba. Tempos difíceis. Logo o mercado mudou-se para a rua Coronel Joaquim Costa, em prédio definitivo. Posteriormente o mesmo foi desativado e transferido em definitivo para a Rua Marechal Deodoro no centro. Nem Boró, lembra com saudade do antigo mercado com sua feira, os seus reclames, os gritos dos feirantes, o relincho dos animais amarrados nas ruas ao lado. Tempos em que na cidade circulavam os filhos da lua: Requeijão, Maria Babona, Tuia e sua chupeta, Alalaô, João Doido, Geraldo Pascovira. Os açougueiros do Bairro São João, tradicionalmente com suas valentias e suas bazófias. Volta e meia botavam um para correr! Assim como os da família dos “Miós”, faziam ou viravam presuntos que terminavam na funerária dos Beirões. Tempos de preços fixos, da tabela Price. Não havia inflação e o cidadão chegava numa casa comercial, encomendava um produto e solicitava que o mesmo ficasse guardado até o ano seguinte, quando, então, era retirado e quitado pelo mesmo valor do dia da encomenda. Tempo de Getulismo, de políticas trabalhistas e de salário mínimo equivalente a quatrocentos dólares. Bons Tempos!

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