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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Telegráficas anotações sobre os Catopês, este ano: 1 – Foi particularmente bela a saída da bandeira de Nossa Senhora do Rosário da rua Paraná, no Cintra. Moradores, por iniciativa própria, iluminaram a rua, colocaram bandeirolas, e receberam os dançantes como há muito não se via. Noite inesquecível. O carro dos Bombeiros, na frente do cortejo, impediu que a manifestação quase bicentenária fosse imprensada pelos carros, nas ruas. 2 – No Reinado de Nossa Senhora do Rosário, ontem de manhã, aumentou muito o número de pessoas que choram pelas ruas, quando passam os Catopês. Choram de rosto limpo. 3 – A missa, desta vez, e justificadamente, não foi no interior da Igrejinha do Rosário. O local é abafado, fechado, e seu uso não é conveniente em tempos de gripe suína. 4 – Ucho Ribeiro, filho de Mário, sobrinho de Darcy, havia dito com antecedência que este ano não poderia acompanhar o Terno de João Faria. Duas hérnias de disco, a conselho médico, desaconselhavam. Bastou ouvir a toada dos catopés e desistiu. Desistiu do conselho médico, e entrou na fila. É dos mais emocionados. Descobriu que ver os catopés “por dentro”, na fila de 200 anos, emociona muito mais, pois contempla os olhos de quem contempla. 5 – É de notar, é notável, que o porta-bandeiras dos Marujos é deficiente das duas pernas. E levanta o estandarte como poucos. Neto de Aníbal Carroceiro, célebre chefe da marujada. Em todos os grupos, a tradição segue de pai para filho, com exatidão e rigor. (Não deixar de ver, à noite, que algumas caboclinhas ainda desfilam de pé no chão). 6 – Muita gente não sabe. Mas a gala, o momento solene, e nobre, do ofício de Catopê, só se desenrola dentro da igrejinha do Rosário. Ali, Catopês, Marujos e Caboclinhos cantam músicas que, a rigor, não cantam no caminho. A “marcha” mesmo, como eles chamam, só é permitida dentro da igrejinha ancestral, e é a que mais vai fundo nos corações, pois é uma mistura de convocação e lamento, solene e rija, tem a força de um totem. Ela levanta a nação dos dançantes, emudece e engasga. (Há a sugestão de que se permita cantá-la no cortejo, para mostrar a força da tradição). 6 – O Reinado de São Benedito vai sair daqui a pouco. Se apurar os ouvidos, verá que em algum ponto da cidade o chamamento dos Catopés, seu surdo convite, não pára. Ficará no ar por todos estes dias. É um surdo clamor - muito difícil de ser definido.

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