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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: CRÔNICA É ALGUMA COISA QUE MUITO EXISTE Wanderlino Arruda Antes de mais nada, é bom dizer que crônica é coisa de jornal e de internet. Sempre feita depressa, com hora marcada, muitas vezes com atraso. É construída de pequenos lances, registro mais do circunstancial e não do definitivo. Assuntos efêmeros, soma de jornalismo e literatura, os temas, vez por outra, ganham concretude, universalidade, jeito especial na ultrapassagem de tempo e espaço. Crônica é comentário de assuntos que podem ser ou não ser do conhecimento do público, tipo assim - como dizem os jovens - de algum ângulo subjetivo de acontecências. Conteúdo de crônica é algo recriado pelo cronista, espécie de busca do existente ou do imaginário muito próxima do conto. Crônica pode ser sempre narração de experiência ou de sonhos, visão de mundo e de vida, reportagem quase em nível poético. A crônica tem de ter aparência de simplicidade, mesmo que seja construída com recursos artísticos. Como um jornal ou um blog nasce, vive, envelhece e morre a cada dia, a crônica é destinada a leitores apressados, feita para ligeiro momento de leitura. Precisa de pelo menos um sentido de duração, ser mensagem para ficar na memória. Não pode, nem deve ser esquecida como folha impressa ou imagem virtual. Crônica não é notícia comum, codificada só para informação diária, tem que ter profundidade. É mais para o sentimento, palavras diretamente ligadas à emoção, fazendo do leitor um cúmplice ideológico da condição humana. É um reencontro com o prazer ameno, uma intensidade de sinais de vida que, se não escritos, acabam deslizados para o esquecimento. Claro que é a pressa de viver do cronista a vontade de estar presente e de ser ao mesmo tempo em determinado lugar, que o faz testemunha, porta voz e intérprete de um quase real normalmente gratificante. A crônica é mais um espaço de dimensão interior repartida entre escritor e leitor, ternura resgatada das experiências de cada um. Cada palavra, cada frase, cada silêncio representarão significados mais do individual do que do coletivo, pois, no fundo, a crônica é uma conversa entre duas pessoas, um conluio positivo e amigo, quando um e outro vêem mundo e vida da mesma forma que ambos gostariam de ver. O autor constrói o texto e lhe dá o colorido quase que pré-combinado com o seu parceiro leitor. Comparada com formas mais consistentes, a crônica é mais uma tenda, um pequeno abrigo espiritual, nunca uma casa de verdade. A crônica serve ao espírito como ato de reflexão compartilhada e mágica, algo assim de ligeiro conforto. Em verdade, a crônica é alguma coisa que muito existe, mas que se não fossem os olhos do cronista, jamais apareceria em público. Um acontecimento não escrito é mera potencialidade dispersa, conteúdo não sentido, essência não encontrada. Viva - pois e assim - hoje e sempre - a crônica! Institutos Históricos e Geográficos de Montes Claros e de Minas Gerais.

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