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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Os tambores ainda ruflam Jornal ´Hoje em Dia - Manoel Hygino dos Santos Enganam-se os que pensam que agosto passou. Há muitos agostos pela frente que, respeitando as tradições de nosso povo, manterão viva uma fonte inesgotável de amor a tudo que é sagrado e mais caro ao coração. ´Festas de Agosto: Fatos, fotos e fitas´, de Ângela Martins Ferreira, atesta-o de maneira límpida. Haroldo Lívio, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, que entende profundamente do tema, a começar porque o ama, tem absoluta razão quando afirma, referindo-se ao livro: ´Este bem elaborado documentário poderia, muito bem, salvar as Festas de Agosto, numa eventual ameaça de extinção. Disse documentário, mas se o leitor preferir, poderá chamá-lo de reportagem fotográfica, memorial descritivo ou álbum, como queira, que o brilho será o mesmo´. Referendo, se necessário fosse, em gênero, número e grau, o julgamento de Haroldo Lívio. Mas se há de ter cuidado com essa imensidão de beleza que existe em tantos lugares de Minas Gerais e se vai arruinando, em nome de um pretenso progresso, do ingresso de novos costumes nas práticas diárias, em grande parte importadas, sem nenhum liame conosco. Advogado, escritor, pesquisador, homem de bom gosto e sensibilidade, adverte que ´dá arrepio pensar que esse festival da Cidade das Artes e da Cultura já poderia ter acabado, na voragem do progresso material e do crescimento urbano acelerado´. O ´celerado´, faria eu o reparo. ´Retumbam os tambores em meu peito,/Tremulam as fitas em meu coração./É agosto, mês das festas folclóricas! Como num forte chamado, sigo as ondas sonoras que me trazem os ventos para ver de perto a beleza do tradicional desfile´, escreve a autora. Mas, cuidado, sim: nesse mundo frenético, ´formidável´, na verdadeira acepção do adjetivo, tudo seria possível. Ângela, assim, faz um convite-intimação para que não nos inclinemos passivamente ao frenesi demolidor. Há iniciativas e vozes em defesa dos bens com tanto sacrifícios construídos ou preservados até agora. Mas os defensores das melhores causas não podem exaurir-se ou omitir-se. Há tramas sendo urdidas, projetos germinando ou se definindo entre aqueles que não nutrem amor ao passado e à obra que os ancestrais legaram. Os tambores de agosto servem de severa advertência aos que se dispõem a destruir aquilo que não ergueram e pelo qual não têm apreço e respeito. Em qualquer cidade, grande ou pequena, valores são simplesmente desprezados e sequer uma cruz se afixa ao solo para dizer que ali houve vida, calor humano. As cidades deixam-se invadir por ideia alienígenas, movidas principalmente pela voracidade financeira ou por vãos projetos de originalidade, que antes de tudo descaracteriza a comunidade. Em minha terra, eliminou-se o prédio do velho Mercado Municipal, um marco na arquitetura local e nos costumes da região. Foi o ponto de encontro de produtores rurais, sobretudo os pequenos, que para ali levavam à venda o que plantavam ou criavam, para dividi-los com sociedade. Era um espetáculo eminentemente democrático, unindo ricos e pobres, em torno dos pequenos bens que os ajudavam aos homens da roça a viver. A feira dos sábados constituía a festa que atraía os humildes para o encontro semanal, possibilitadora das compras no comércio local, da visita aos templos, de reencontro de pessoas e famílias. Mas em nome do progresso, tudo cessou e o antigo relógio que marcou as horas de gerações não mais toca para advertir que o tempo não para. Velhos casarões desapareceram do panorama urbano, como o Mercado, como o Colégio Diocesano. Mais recentemente, surgiu a ideia estulta de se extinguir a Praça de Esportes, em que se forjaram gerações de atletas e de jovens saudáveis. Pior em tudo é que há aqueles que apoiam os planos demolidores. Jornalista local, estarrecido, pergunta: ´Quem nos acudirá? Todos são convocados à grave decisão.

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