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montesclaros.com - Ano 26 - sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

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Mensagem N°87258
De: José Ponciano Neto Data: Quarta 19/2/2025 08:45:26
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

PONTE DE MARIA da CRUZ / JANUÁRIA
AS JUNTAS DE EXPANSÃO DE UMA PONTE DE CONCRETO OU FERRO. (*)

Nos últimos dias uma das pautas nos noticiários é sobre a segurança das pontes de concreto armado das rodovias que cortam nossa região. São pontes que evidenciam as fragilidades adquiridas ao longo dos anos. Muitas vezes ou sempre, sem os monitoramentos devidos das suas estruturas como todo.

Em 2012 e 2025 – como já divulguei sobre as vibrações e ondulações na Ponte do Rio das Velhas (Br 365) Barra do Guaicuí. O DENIT acabou colocando restrição para caminhões e carretas com peso superior a 25 toneladas; contudo, infelizmente este controle só ao dia – a noite a “boiada passa!”

Como todos sabem NÃO tenho a formação de engenheiro estrutural de pontes e viadutos, mas, não sou totalmente leigo no assunto, até por que, sou técnico e laboratorista de solos e concreto; ex-funcionário da Construtora Cowan nas pavimentações e construção de pontes em BRs e MGs, dentre elas a MGC-122 (Janaúba-1981) e às MG 108 e 111(Manhumirim /Reduto /Martins Soares 1973/74).

Quero comentar superficialmente acerca da Ponte de Maria da Cruz /Januária, sobre o Rio São Francisco (foto).
Até onde permite o meu conhecimento, são as variações das temperaturas que “provocam a dilatação ou contração”. Na medida que a temperatura aumenta o corpo de concreto dilata, e, se esfria contrai. É a lei da física! E ainda a energia cinética dos veículos x massa

Vieram uns engenheiros do DER ao Norte de Minas para inspecionar a ponte sobre o Velho Chico em Mª da Cruz – disseram que a Junta de Expansão que vem alarmando aos motoristas e transeuntes está em conformidade com o projeto. – Na concepção deles, certíssimos!

Todas as pontes de concreto armado contam com juntas de expansão entre seus vãos, a finalidade é para tolerar às dilatações e retrações, de forma garantir as movimentações sem provocar trincas que possam comprometer a estabilidade das mesmas.

Qualquer ponte ou viaduto que tenha mais de 30 metros de extensão, tem que ter juntas de dilatações que podem ser compensadas com Borrachas tipo: Etileno; sintética ou neoperene. São estas borrachas que suportam a movimentação de dilatações e as retrações. - Está na literatura e na concepção dos técnicos de campo!

Nas pontes de metais (ferro), são usadas as juntas elásticas e sapatas deslizantes nas bases de apoio, devido ao cisalhamento (movimento horizontal) que é mais rápido. Durante a noite os estalos da retração são ouvidos longe. - As pontes de concreto também têm.

Depois de tudo que abordei, cheguei onde queria!
Estamos passando pelas temperaturas extremas - o calor [aquecimento] faz que as massas dilatem – neste caso a fenda da ponte de Mª da Cruz teria de fechar (compressão), diminuir o espaço, porém, está acontecendo ao contrário, está havendo a “contração”. Da forma que está acontecendo – quando chegar o inverno e o concreto esfriar, a fenda irá aumentar mais ainda - o chamado “movimento combinado”; ou seja nesse período quente era para o espaço da junta diminuir (fechar), já que o concreto está se expandindo, no entanto está abrindo mais.

Cabe mais perícia civil! No caso, monitorar as estacas no pé dos blocos dos pilares para ter a certeza que [pilares] não estão se movimentando verticalmente na rocha.

A ponte em questão é nova, mas, o peso elevado e a força centrífuga da correnteza do Rio São Francisco – principalmente nas cheias extremas podem estressar a sua estrutura.

Pontes velha colapsam, porém, as novas também!

No dia 14/02/25 uma ponte sobre o Rio Chancay na Rodovia que dá acesso a Lima, capital do Peru; desabou deixando 02 mortos e 30 feridos, dos 57 passageiros que estavam em um ônibus, (foto). Segundo as notícias nos jornais daquele país; foi falha estrutural, devido às corrosões que afetaram sua estrutura.

Não há informações de que ao longo destes 60 anos [idade da ponte] engenheiros do Departamento da Rodovia Pan-Americana tinham a rotina de inspecioná-la e a ponte vizinha Na foto, percebe que a junta de expansão da ponte vizinha está bem afastada entre os blocos.

Qualquer dilatação em ponte que não condiz com as condições climáticas tem que ser mais avaliada, de modo a deixar aos usuários mais acautelados.

IXX – II – MMXXV
(*) José Ponciano Neto é Técnico Laboratorista de Solos e Concreto – Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Membro da A.M.A.L.E.N.M. e do I.H.G.M.C.

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Mensagem N°87257
De: Manoel Hygino Data: Quarta 19/2/2025 06:48:42
Cidade: Belo Horizonte

Crime e castigo

Manoel Hygino

O rádio foi e é extremamente importante na formação do homem e de uma comunidade. Lembro perfeitamente que meu ingresso no mundo de Dostoiévski se deu num dos momentos culminantes de força da radiofonia. Em Belo Horizonte, o ouro-pretano Francisco Andrade, conhecido pelas ondas como F. Andrade, apresentou por uma das emissoras Associadas (Mineira e Guarani), o romance do autor russo transposto ao novo meio de comunicação, “Crime e Castigo”. Apaixonei-me.

Agora se sabe e se proclama que Dostoiévski é e se tornou, há muito, autor universal e razões há de sobra para o conceito que lhe cerca o nome. Depois de se debruçar sobre os primeiros livros do ficcionista russo, a professora e autora, Vera Lúcia de Oliveira, que reside em Brasília, mergulha nos seus cinco últimos livros, fazendo análises concentradas também e especificamente em “Crime e Castigo”, embora se deva realçar a edição de “Meu marido Dostoievski”, escrito pela esposa do autor, Anna Grigorievna.

Vera Lúcia declara que releu as obras, com um olhar mais crítico, observador, querendo ver coisas importantes que pudesse transmitir. Ela revela que, além de análises que trazem para o universo do leitor russo autores como Gabriel Garcia Márquez e Graciliano Ramos, também faz uso

O mito de Napoleão, por exemplo, é utilizado para evidenciar certos aspectos de Crime e castigo e de seu protagonista, o estudante Raskólnikov. "Fico muito comovida com o sofrimento e a pobreza do Raskólnikov, e fui ver que ele foi movido por uma ideia obsessiva, ele queria ser igual a Napoleão. Então começo meu texto dizendo isso, o que motivou o crime foi a ideia de ser Napoleão, ele queria ser um homem superior a quem tudo seria permitido, inclusive, matar. É algo para a gente refletir".

Esse foi um dos poucos romances de Dostoiévski cujo sucesso foi imediato logo após a publicação, em 1866. Em O idiota, a pesquisadora se deparou com semelhanças desconcertantes entre o príncipe Michkin e o próprio autor. "O príncipe era epiléptico e Dostoiévski também. Sofreu muitos ataques e ficava totalmente debilitado. E o príncipe é de uma bondade enorme, parece um Jesus Cristo. Perdoa a tudo e a todos. É a ideia de um idiota mal compreendido. O livro fracassou no momento em que foi editado e foi publicado com muita dificuldade. É uma história muito comovente de um rapaz de uma bondade sem limites e também doente"

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Mensagem N°87256
De: Manoel Hygino Data: Sábado 15/2/2025 07:03:33
Cidade: Belo Horizonte

Em tempo de Trump

Manoel Hygino

O novo presidente dos EUA quer a América como um todo para a Casa Branca, é o que se deduz do sonho envolvente de Trump. Mas as coisas, os seus projetos não são exatamente como o republicano quer e anseia. O artigo do desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, 3º vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais ajuda a sentir e compreender.

O magistrado participou, de 26 a 29 de janeiro, como palestrante e ouvinte do 21º Encuentro Internacional de Juristas, realizada na capital panamenha. As premissas a que chegou sobre a pequena república são também as minha. Vejamos: “A República do Panamá é o país mais desenvolvido da América Central. É um país democrático, com eleições gerais realizadas a cada cinco anos, para presidente e membros da Assembleia Legislativa unicameral. (...)

A Justiça panamenha firmou protocolos com a Espanha e outros países de língua espanhola, visando à adoção de novas tecnologias, eficiência, qualidade, e transparência”.

As bravatas e gritos de desafio e guerra de Trump ressoavam em todo o mundo, cônscio de que conflitos não são solução para à Terra em transe. No fundo, o que se quer é paz, já que os países estão em ponto explosivo ou sob efeito de embates que a nada de bom conduzem.

Veja-se o caso Rússia-Ucrânia e a pretensa pacificação entre Israel e palestinos em Gaza, que envolve as nações do Oriente Médio. Além do mais, os países e povos já enfrentam perspectivas internas sombrias.

Na área da Justiça e Direito, o desembargador pôde aferir alguns aspectos atuais e que não podem ser desconhecidos, examinado com sabedoria. “Neste campo, encaixou-se minha fala sobre juízes robôs. Sustentei que, como em quaisquer outras atividades humanas, a Inteligência Artificial pode praticar tarefas judiciais repetitivas e programadas. No entanto, não pode julgar casos concretos para cuja solução se exige valoração e experiência, como as que envolvem direitos fundamentais. Robôs não possuem sentimentos; logo não são aptos a analisar valores que a cultura humana procura realizar para satisfazer necessidades materiais e espirituais das pessoas. Por exemplo: o verdadeiro, o belo, o bem, o justo e o sagrado”.

Quanto a mim, concordo com o pensamento do escritor e jornalista de Angola, José Eduardo Agualusa: “Os disparates de Donald Trump, confusos e acorrentados, permanecerão como a imagem de um tempo vergonhoso, em que assistimos ao regresso da crueldade enquanto política de Estado num grande país democrático”.

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Mensagem N°87255
De: Afonso Cláudio Data: Terça 11/2/2025 11:28:24
Cidade: Montes Claros/MG

Caminhões sem freios

montesclaros.com: "Caminhão - que estaria sem freios - bateu contra 8 veículos na Serra de Bocaiúva. Acertou 2 outros caminhões, 5 carros e moto, na noite de segunda-feira. 3 pessoas ficaram feridas. Terça, 11/02/25 - 7h39".

Após rever uma reportagem apresentada pelo g1/JN em 28/12/2024, com a manchete "Perigo nas rodovias - Metade dos caminhões parados em operação no MT tem problema nos freios", apresento a seguir um compacto do texto, contendo trechos muito importantes e que podem contribuir para a redução do número e da gravidade dos acidentes de trânsito com a participação dos caminhões, carretas e outros veículos:

<Mais de 4 mil veículos de carga que passaram pela BR-163 no MT foram abordados pela PRF e concessionária que administra o trecho.
A falha no sistema de freios vem colocando em risco quem trafega em estradas pelo Brasil.
Em Mato Grosso, de cada dez caminhões parados na fiscalização, cinco têm problemas no equipamento.
Essas ações ajudaram a reduzir o número de acidentes envolvendo caminhões sem freio no Brasil.
Foram 17% a menos no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O número de mortes caiu 72%.
"É um problema que a gente realmente tem que trabalhar, tanto na PREVENÇÃO, como no trabalho aqui de FISCALIZAÇÃO, e retirada desse tipo de veículo, principalmente próximo da área crítica", diz o chefe da delegacia da PRF de Primavera do Leste, Sr. José Márcio da Silva Júnior.">

Que o Pai Nosso nos livre do mal.

Afonso Cláudio - Engenheiro
11/2/2025, 11h17m - Nossa Senhora de Lourdes

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Mensagem N°87254
De: Manoel Hygino Data: Quarta 12/2/2025 07:36:05
Cidade: Belo Horizonte

Na hora H

Manoel Hygino

2025 corre na folhinha com velocidade incrível. São imposições do período do tempo que atravessamos e impõem novas regras e condições de sobrevivência ao ser humano. Como os cataclismos e atentados climáticos que ora se enfrenta. Temos de nos prevenir contra as rebeliões da natureza, causadas pelo próprio homem e a comunidade. Teço estas considerações iniciais diante da notícia que ora recebo. A primeira maternidade da capital mineira não parou, desde 1916 em que foi inaugurada. E tem de fazê-lo, pois no ano findo realizou 3.095 partos, funcionando 24 horas por dia nos sete da semana. Desde 2024, é certificada como Hospital Amigo da Criança e da Mulher e, a partir de 2006, atua segundo o Método Canguru. Há mais de 23 anos, realiza em parceria com a Associação das Voluntárias da Santa Casa (Avosc), curso para gestantes on-line e presencial, preparando mães e famílias para os cuidados do bebê.

E há mais uma boa novidade. A maternidade do Instituto Materno Infantil Santa Casa BH deu importante passo para fortalecer ainda mais a excelência de atendimento. A partir de 31 de janeiro, a assistência das parturientes inclui a utilização do Balão de Bakri e do campo coletor, dispositivos fundamentais para o manejo eficaz de hemorragias pós-parto, condição que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge 14 milhões de mulheres por ano, com cerca de 70 mil evoluindo para óbito em decorrência dessa complicação. As novas aquisições foram apresentadas no evento “Zero Morte Materna por Hemorragia”, realizado no Salão Nobre da Santa Casa BH.

A coordenadora médica da maternidade, dra. Rafaela Carvalhaes, explicou que esse avanço levará mais segurança para os partos, tanto os vaginais quanto as cesarianas, resultado de um compromisso da instituição com a qualidade assistencial. “Os dispositivos não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde, e o Balão de Bakri, em particular, possui um custo elevado, então, de fato, é um esforço coletivo que estamos realizando. No caso do campo coletor, seremos o único hospital 100% SUS da capital a ter o insumo”, ressalta.
O uso dos novos dispositivos também é uma das práticas da Santa Casa BH alinhadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e aos princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).

A instituição assinou o pacto oficialmente em 2024, tornando-se o primeiro hospital 100% SUS do Brasil a fazer parte do seleto grupo de organizações internacionalmente comprometidas em implementar ações em prol dos direitos humanos, diversidade e inclusão, responsabilidade ambiental e combate à corrupção.

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Mensagem N°87253
De: José Ponciano Neto Data: Terça 11/2/2025 00:43:13
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

DESPEDIDA DE UM COMPOSITOR E CANTOR RAIZ. (*)

Vítima de uma convulsão seguida de queda, às 9:30hs do dia 07 de fevereiro/25, ele finalmente fechou os olhos. Agora, sem o “Trem de Ferro”. A partir daí, começou a tristeza das SERRAS DE MONTES CLAROS, lugar onde o Agnaldo Pereira de Souza [Charles Boa Vista] sempre dizia ser lindo - “onde a noite engole o dia”.

Amigos; familiares; escritores; artistas e historiadores foram para despedir do artista. Durante o velório, sua mãe Dona Zelita Pereira [Tia Nem] já cansada, esteve ao seu lado observando a urna tentando responder primeiro aos seus olhares de perplexidade até o último momento que antecedeu
o sepultamento. Seu pai [Agenor Santana] era um instrumentista que animou vários carnavais em Montes Claros e cidades circunvizinhas, foi dele que “Charles” herdou a sua singeleza cultural.

Charles Boa Vista não tinha mais a voz de outrora, contudo, continuava tocando a vida com gestos e perguntas, assim, despedindo (aos poucos) da sua vida neste plano terrestre.

O Grupo Raízes, que no início dos anos 70 encantou o mundo musical, teve um início recheados de bons artistas (músicos; compositores e instrumentistas) – Lá estavam artistas raiz, como: Charles Boa Vista – Tino Gomes – João Batista (Joba) – Ângela Linhares (cearense) – Jorge Guimarães (Bodão) e um jovem “nissei” que não lembro o nome.

Além da música, Charles Boa Vista foi o coordenador de uma das maiores diversões que o povo tinha nas periferias, o famoso “Circo dos Bairros”, onde anões, palhaços, equilibristas e cantores ofereciam seus shows aos olhos atentos das crianças e adultos. O interessante é que o Charles, convocava e ensaiava todos os artistas circenses – ambos funcionários da prefeitura.

Por várias vezes, Charles Boa Vista & Maya alegravam as manhãs de sábado no “Quarteirão do Povo” – muitos aglomeravam perto do Café Galo e Lanchonete Cristal para apreciar os sons do violão e viola dando mais vida as vozes dos artistas.

Ele [Boa Vista] foi, sem dúvida, um dos pilares da arte do nosso tempo, e parte da cultura do sertão do setentrião mineiro. Alguém essencial por muito tempo, uma eternidade; era um homem inquieto e multifacetado, que cultivou todas as artes, estas mostradas nas letras das músicas e habilidade com o circo.

Todos aqueles que foram prestar condolências à família de Agnaldo Pereira de Souza (Charles Boa Vista), deixaram visível, não só sua admiração pelo artista, mas pela pessoa sem as vaidades de um artista.

Todos concordaram ao descreverem a relação de Charles Boa Vista com seus contemporâneos e com as gerações da época do Grupo Raízes – geração que encantou com as entoadas gravadas. Charles Boa Vista foi referência, um pilar indestrutível para a cultura - para seus amigos e admiradores confessos.

A mãe do Agnaldo Pereira de Souza [Charles], Dona Zelita Pereira [Nem] era TIA da minha mãe Dª Dorzinha Ponciano (da família Souza e Silva) do Riacho dos Machados e Grão Mogol - a amizade de ambas era fortemente visível, não pelo parentesco, mas, pela educação de Dª Zelita [Nem] ao relacionar as pessoas; minha mãe a admirava.

Charles Boa Vista era um dos grandes da “terra da arte e da cultura”; embora não nos víssemos com muita frequência nos últimos anos – sempre ali no “Quarteirão do Povo” - não só eu - mas, todos frequentadores notaram que ele [Boa Vista] – embora não admitia - parecia que tinha esquecido o Agnaldo da família Pereira Sousa, e, este mesmo Agnaldo esqueceu o Charles Boa Vista; entregou-se facilmente, praticamente pedia aos “carregadores que hora é hora e o corpo quer ir embora”.

Imagino que todos que foram ao velório, sentiram numa situação de profunda impotência. Aquela impotência que sentimos quando alguém que apreciávamos e, ao mesmo tempo, admirávamos, ele com tanta inteligência e cultura - provido dos esforços da família, não cuidou da sua saúde para ficar mais tempo nos palcos artísticos.

Montes Claros VII - II- MMXXV
(*) José Ponciano Neto é Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros -IHGMC e Acadêmico (Diretor Financeiro) da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas – Colunista Literário do Site: montesclaros.com / 98,0 FM – Colaborador Novo Jornal de Notícias.

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Mensagem N°87252
De: Manoel Hygino Data: Sábado 8/2/2025 08:26:44
Cidade: Belo Horizonte

E depois dos reféns?

Manoel Hygino

O leitor certamente acompanhou conosco a libertação dos reféns israelenses em Gaza, no território dominado pelo Hafez desde 7 de outubro de 2023. Uma novela dramática que desperta o interesse de todo o mundo. Depois de privados de tudo a que tem direito um ser humano civilizado, em processo lento e humilhante, mesmo mediante acordo mediado por Estados Unidos, Catar e Egito, o Hamas libertou os três primeiros reféns, apenas mulheres entre 24 e 31 anos, inicialmente.

As trocas de prisioneiros seguintes permaneceram no mesmo ritmo de morosidade e tensão, a despeito do empenho das partes envolvidas na difícil missão.

Em 7 de outubro, quando o Hamas entrou em área de Israel, sem qualquer aviso ou admoestação, em ação surpreendente, num fim de semana quando as famílias se achavam em sossego e paz, o Hamas matou 1.210 israelenses, sequestrando outros 251, aprisionados em túneis na faixa fatídica. Uma das prisioneiras declarou: “Eles invadiram nossos lares, nos mataram, nos sequestraram e queimaram nossas casas”. “Uma das moças perdeu dedos da mão esquerda durante a ação terrorista”.

Mas a libertação, apesar de tudo, se faz em grupos. Alguém comentou: “Nossos corações estão com todas as famílias ansiosas e enlutadas, cujos entes queridos não retornaram ainda. Não descansaremos ou ficaremos em silêncio até que tragamos de volta todas as nossas irmãs e irmãos do inferno do cativeiro em Gaza - os vivos para suas famílias - e os caídos e assassinados para serem sepultados com dignidade”.

O porta-voz do Hamas, em vídeo, elogiou os seus combatentes que, para ele, lutaram numa batalha determinada contra a invasão terrestre promovida por Israel”.

Márcio Coimbra, CEO da Casa Política, e presidente Executivo do Instituto Monitor da Democracia, observou: “No Oriente Médio, uma reação em cadeia desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, impulsionou um ano de mudanças impressionantes. Israel enterrou o Hamas sob os escombros, degradou a rede regional de representantes não estatais dos aiatolás, demoliu as próprias defesas de Teerã e, inadvertidamente, preparou o terreno para que rebeldes islâmicos derrubassem a ditadura de meio século da família Assad na Síria”.

Como será o Oriente Médio a curto e médio prazos?

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Mensagem N°87251
De: Alves Data: Sexta 7/2/2025 21:37:59
Cidade: M. Claros

A população sente-se desprotegida nas ruas, em pontos diversos de M, Claros.

Ladroes voltaram a atacar e quebrar vidros de carros em ruas e bairros centrais, para roubar pertences dentro dos veículos.

Pior: em bairros até de grande movimento, assaltantes estão reiteradamente quebrando paredes e muros para roubar utensílios em lojas, depósitos e bares.

Atuam com desembaraço. Nao temem a polícia.

Também roubo padrões de luz e a fiação elétrica.

A polícia atua, prende, mas os ladroes sao postos em liberdade, mesmo com a prisão bem fundamentada, bem comprovada.

Em resumo: não há a quem recorrer, dizem as vítimas dos roubos. (...)

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Mensagem N°87250
De: Manoel Hygino Data: Quinta 6/2/2025 08:26:56
Cidade: Belo Horizonte

(Republicação de segunda-feira, 27/2/2023, 15:48:17, deste montesclaros.com)



Há datas que marcam a família, cidade, província ou estado, uma nação, um povo. Seis de fevereiro de 1930 foi aquele dia que assinalou a cidade de Montes Claros, no distante sertão mineiro, chamando atenção do Brasil. A cidade já gozava de prestígio na política e na economia, principalmente com o início de operação da rede ferroviária, a Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1926.

Crescera com a chegada de famílias de várias regiões do país. Renascera a esperança de futuro luminoso, de progresso municipal e de riqueza para os que lá se instalaram. Repercutiam ainda os reflexos do governo Artur Bernardes, em suas escaramuças com o Palácio do Catete. Com Washington Luís na presidência da República, acentuaram-se os ânimos políticos, enquanto se expunha à consideração do eleitorado a proposta de poder da dupla café-com-leite alternando-se a chefia nacional: em quatriênio um paulista, um mineiro a seguir.

Controvertido e prepotente, Washington Luís apresenta Júlio Prestes, de São Paulo, para sucedê-lo, com eleição marcada para 1º de março de 1930. É quando se apresenta à cena o presidente mineiro Antônio Carlos, com credenciais históricas, opondo-se tenazmente ao Catete.

Formou-se, então, a Aliança Liberal com apoio do Rio Grande do Sul e Paraíba, que lançaram os nomes de Getúlio Vargas e João Pessoa, representantes do Sul e do Nordeste, para a presidência e vice.

Milene Antonieta Coutinho Maurício, com um livro premiado, sintetiza: “Estava assim definida a competição eleitoral que, muito logo, assumiu marcas de facciosismo do Governo Central, o que, muito logicamente, acendeu o estopim de conflitos que passaram a ocorrer nos diversos pontos do País”.

No Norte de Minas, consubstanciando um projeto antigo, agendou-se para 7,8 e 9 de fevereiro um Congresso de Algodão e Cereais, acentuando-se seu viés político e reunindo várias cidades da região, sob Presidência de Honra de Fernando de Mello Vianna (foto), vice-presidente da República e ex-presidente de Minas, de Manoel Thomaz de Carvalho Brito e do Conde Alfredo Dolabela Portela, chefe da Concentração Conservadora.

Nas principais estações pelas quais passava a composição férrea, havia manifestações em favor dos candidatos à presidência da República, Júlio Prestes e Mello Vianna, ao Palácio da Liberdade. Muitos discursos e foguetes até que se chegou a Montes Claros, sede do congresso, que deveria ser do Algodão e dos Cereais. Pelo menos, era o que se propagava.

Prevendo possíveis choques com adversários, os próceres e autoridades de Montes Claros soltaram boletins pedindo à população que evitasse comparecer aos eventos programados e se envolver em discussões de qualquer natureza e escaramuças. Mas os ânimos se exaltavam.

A escritora Milene Antonieta revela que foi enorme o comparecimento à chegada do candidato à estação da Central. Era a primeira vez que visitava o sertão mineiro um vice-Presidente da República, em campanha para o governo de Minas. Terminada a recepção tão festiva na gare, formou-se uma passeata que percorreria as ruas, com um itinerário definido. Uma banda de música tocava o dobrado 220, secundada pelo foguetório, por gritos e vivas a Prestes e Mello Vianna. Um grupo de rapazes, à frente, atirava bombas, e gritava vivas com estribilho em favor dos candidatos da Concentração Conservadora.

Sem se saber por que, o percurso da passeata foi mudado, convergindo à direita, para percorrer a Praça Gonçalves Chaves, onde residia o chefe aliancista, João Alves. Era em torno de 23 horas, um pouco mais quando desfilavam em frente à residência sobremodo conhecida. João Alves e Mello Vianna eram velhos conhecidos. O médico desejava demonstrar publicamente não ter receio. Foi quando alguém do cortejo gritou: “Morra a Aliança Liberal”. O médico e político levantou um lenço vermelho e gritou tranquilo: “Viva a Aliança Liberal”.

Incontinenti, uma bomba explodiu a seus pés. Ele, hipertenso, sofreu uma hemorragia, com crise de tosse e sufocamento, parecendo ferido a bala. Simultaneamente, um rapazinho que ele criava, a seu lado, levou um tiro na cabeça e caiu ao solo. Nunca se soube de onde e de quem partiu o primeiro tiro. Parecia que todos ali se achavam armados e prontos para uma batalha. Eram, muitas dezenas na multidão, alguns se jogaram ao chão, outros corriam afoitamente para fugir ao tiroteio. Havia a notícia de que um grupo de jagunços de Granjas Reunidas, onde havia um grande empreendimento industrial dos Dolabella, se tinham infiltrado. O pânico na transposição de um dia para outro se estabeleceu, de 6 para 7.

Foram apenas minutos, mas o tumulto deixou estigmas. Corpos tombados foram transportados à residência antes festiva de João Alves e Tiburtina, que prestaram os primeiros socorros, enquanto o marido ainda sofria efeitos da crise cardíaca. Ela acomodava na dependência da casa os feridos e os mais nervosos. Aos ensanguentados dava assistência emergencial. Enfim, o violento choque deixara seis mortos e muitos feridos. Lá fora, os remanescentes escaparam às carreiras à estação ferroviária e o trem começou a fazer a viagem de volta em marcha-à-ré.

O episódio trágico ganhou dimensões nacionais. Uma das vítimas fatais fora Rafael Fleury da Rocha, como o poeta João Soares da Silva, aquele secretário particular do vice-presidente, ferido com um tiro na cabeça e com estilhaços do projétil disseminados em derredor, inclusive Mello Viana.

Washington Luís, no dia seguinte, se manifestou: “São Paulo como todo o Brasil Republicano e civilizado, profliga indignado o bárbaro atentado que à semelhança de uma Emboscada de Bugres, ensanguentou a nobre terra de Minas”.

O padre Aderbal Murta, da Academia Montes-clarense de Letras, escreveu: “De início, no calor das paixões enfurecidas, na insegurança das dúvidas, na irresponsabilidade das interpretações irrefletidas, o episódio de Montes Claros chegou a ser o estopim da Revolução de 1930, de proporções nacionais e decisivas para a própria história do Brasil”.

Neste 2023, registra-se o aniversário de Tiburtina Andrade Alves, nascida em 10 de agosto de 1873, na pequenina São João Batista, hoje Itamarandiba. São decorridos 150 anos de profundas transformações no Brasil. O nome dela permaneceu vivo e lembrado.

De D. Tiburtina, esposa do líder aliancista de Montes Claros, se falou tudo o que de mal se poderia: Uma pessoa perversa, que perpetrara o episódio macabro do Norte de Minas, causador de tantas mortes e lágrimas às famílias.

Houve, entretanto, veementes contestações, inclusive da Imprensa: Assis Chateaubriand, diretor dos Diários Associados, se expressou, publicamente:

“A presença daquela senhora me deixara surpreso. Aquela mulher que eu tinha ante os meus olhos, em atitude de tal energia, me fazia recordar certos personagens de lendas de que eu ouvira falar quando menino”.

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