Aos 96 anos, morre em S. Paulo o ex-ministro Delfim Netto. Com longa participação na vida política nos últimos 50 anos, assinou o AI-5
Segunda 12/08/24 - 7h31
Ele vinha internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 5 de agosto e morreu devido a complicações no quadro de saúde.
Delfim Netto deixou filha e um neto. O velório será só para a família.
Foi professor emérito da USP e um dos ministros da Fazenda mais longevos, ocupando o cargo entre 1967 e 1974.
Também foi ministro do Planejamento (1979-1985), da Agricultura (1979) e embaixador do Brasil na França (1975-1977).
Durante a década de 1980, como ministro do Planejamento, geriu a economia brasileira durante a crise financeira global causada pelo aumento dos preços do petróleo e dos juros nos EUA.
Delfim Netto foi eleito deputado federal em 1986.
Em 2014, doou sua biblioteca pessoal, com mais de 100 mil títulos, para a USP.
VOLTARIA
O economista e ex-ministro Delfim Netto disse, em 2021, que voltaria a assinar o AI-5 - decreto de 13 de dezembro de 1968, no governo do marechal Costa e Silva, que marcou o período mais duro do regime militar no Brasil (1964-1985).
"Eu voltaria a assinar o AI-5. Eu tenho dito isso sempre. Aquilo era um processo revolucionário, vocês têm que ler jornais daquele momento. As pessoas não conhecem história, ficam julgando o passado, como se fosse o presente. Naquele instante foi correto, só que você não conhece o futuro", afirmou.
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