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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ESPIRITISMO E NOVELA<br><br>Oswaldo Antunes<br><br>Francisco Cândido Xavier foi a maior referência do Espiritismo nos últimos tempos. Autêntico em sua fé, convenceu pela pratica de duas virtudes muito próximas: bondade e caridade. E usou a publicação de suas obras com dois objetivos: difusão doutrinaria e renda para auxilio de pessoas carentes. Esteve dentro do cristianismo pela caridade, embora não tenha estado pela crença. Porque a comunicação entre espíritos, vivos e mortos, o desejo como força geradora do destino e a reencarnação, foram elaboradas de forma puramente humana. O astrofísico Alan Kardec, sem assistência filosófica ou teológica ao que parece, retomou o carma indiano para contabilizar os atos bons e maus praticados pelo homem. Em caso de saldo negativo o espírito fica obrigado a voltar à terra para aperfeiçoar-se em outro corpo. <br>Acredite-se ou não, o fato é que a mediunidade de Chico Xavier deixou um<br>enigma para os estudiosos: mais de quatrocentos volumes que escreveu e disse terem sido psicografados. Autodidata, tinha inegável cultura literária e um intelecto superdotado e criativo. Apesar do pequeno grau de aprendizado escolar, era ledor inveterado e obsessivo, a ponto de quase perder a visão nesse afã. <br>Nos livros que escreveu, fala do amor que habita o homem mas ultrapassa a dimensão do tempo para entrar no eterno. As pessoas não se sentem à vontade quando chamadas a refletir sobre eternidade por associa-la à idéia de morte. E nasce a questão: se uma parcela de eternidade, a que se acredita estar no espírito, habita a pessoa humana, a participação na divindade não existiria somente com a vida biológica, acompanharia o homem em novo nascimento após a morte. <br>E porque o homem, quando na vida terrena, necessita acreditar na continuação do seu intelecto, tende a crer também que voltará à sua origem eterna. Repetindo Leonardo Boff, a morte, em vez de ser ruptura, seria uma restauração da vida, a volta ao útero do grande Mistério que desafia a razão e a inteligência humana. <br>O homem inventou o tempo para marcar a duração das coisas e da vida biológica, mas a noção de espírito não em principio nem fim. O ser humano é condicionado às noções do ´de onde vim, e para onde vou´. Do nada para o nada? Ou do mistério para o mistério? Jesus Cristo - a única referência humana desse Deus cuja natureza desconhecemos - segundo o testemunho dos que escreveram a Bíblia afirmou sua divindade encarnada e a prevalência da vida sublimada após a morte. Quem acredita que Cristo voltou à essência de Deus depois de assumir a condição humana, deverá crer no regresso do homem ao estado anterior ao seu nascimento. E nessa crença poderia estar, inclusive, a noção do que possa ser o céu dos cristãos, o paraíso dos muçulmanos. Ao ensinar a oração do Pai Nosso, Jesus teria empregado o verbo ser onde a tradução e várias modificações colocaram o verbo estar. O certo seria ´Pai nosso que és o céu´, em vez de ´Pai nosso que estás no céu´.<br>O certo é que dentro desse Mistério vida e morte nasceu o desejo humano de entrar na eternidade ao sair do tempo. Chico Xavier teve essa noção de vida eterna. Embora sua crença negue a natureza divina do espírito ao sujeitá-lo, várias vezes, ao tempo e à matéria, o poder de convencimento desse homem singular está vivo ainda e a televisão está se aproveitando dele nas suas novelas. Embora as novelas sejam fonte de negação do amor, a única das virtudes teologais que acompanhará o ser humano na passagem do tempo para o eterno! E-mail:[email protected]

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