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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Para: Antonio (Toni) Carlos, em resposta a sua mensagem 1950, ofereço ao estimado amigo a crônica abaixo, na qual é personagem.

PARA TONICO SARGENTO, COM CARINHO.


Antonio Carlos Dias, dirigindo uma Sinca Chambord francesa azul-mar, e de primeira geração, passou na Boate Maracangálhia, apanhou a apetitosa Branca e Zoraide, sua amiga e fiel escudeira. Juntos rumaram para o Rio do Melo, num domingo de sol esfuziante. Mergulharem nas límpidas águas de antanho.
Transcorria o saudoso 1956, e os locais, esperavam com ansiedade os preparativos para as festas do Centenário da Cidade, sob a batuta do saudoso médico e historiador Hermes de Paula, o grande capitão da modernidade.
Lá o trio encontrou a Maria, um sósia da atriz Lana Turner, também personagem da noite, e que já preparava para retornar. Formaram o quarteto dos nus como o Criador os fez. Vadiavam a desbordar, entorpecidos pelo uísque Cavalo Branco, que tomaram e que fora previamente comprado no Armarinho Jabbur.
Logo, chegaram de jipe Simone e Maria, louras angelicais que se faziam acompanhar de outros noctívagos. Um pouco mais e um Aero Willis trazendo no bojo: Dío, Elisa, Maria Jardim, Pingo e Goiânia, também acompanhadas. Iniciaram então o saudoso exercício do dolce far niente, sob a tenda da amplidão. Logo o magote cantava... Boneca de trapo... Pedaço da vida...Que vive perdida...Pedaço de gente...Que inconsciente...Peca só por prazer...Vive para pecar.. Pecadores rasgados do lado de baixo do Equador!
Incentivados pelos vapores etílicos e sob as bênçãos de Baco rolavam na areia escaldante, e continuou o canto à latina... No puedo verte triste... Porque me matas... Que se hela de angustia me corazón...depues de muertos amaremos maís.
Dizem as Homéridas que, ao amor se chama de Eros, o deus alado, e de Pteros, pelo poder de fornecer asas.
Á noite, ao retornarem á boate de Anália, bebiam cerveja casco verde enquanto Dim Canga embriagado e, abraçado ao infante Raphael Reys, cantavam Conceição. Imitavam Cauby Peixoto, e a platéia sorria a bandeiras despregadas.
O efebo, naquela noite, dançou o seu primeiro tango, na pista sintecada da boate, sob os olhares das damas do prazer, escorregando nos passos alternados de uma melodia carregada de passionalidade.
A sua parceira de dança, a Ana, uma piscíana com pele em nácar e olhos de vaca pidona, dona de ancas monumentais, chorava com a cabeça apoiada nos ombros do mancebo. Tocada pela vida de pecados e de renúncia, falava agora em ter um amor exclusivo. Almejava viver na trivialidade da sociedade.
O choro nervoso fazia balançar os seus seios divinais à la Silvana Mangano, como no filme Arroz Amargo. Afetada pelo estímulo da paixão proibida desmaiou no salão, aos pés de Lauzinho, que enchia os ares da noite com os acordes de Perfume de Gardênia.
Bandeirolas suspensas tripudiavam impunes ao longo do ambiente. Escondiam os seus coloridos de papel crepom na penumbra da casa de prazeres.
Gritos pelos corredores anunciavam uma briga de amantes que disputavam à mesma estrela da noite. Engalfinhados, disparavam a esmo. Pura passionalidade!
Raphael Reys

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