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Mensagem: Insegurança que preocupa Waldyr Senna Batista O noticiário do cotidiano policial conflita com o que afirmam as principais autoridades responsáveis pelo setor de segurança pública em Montes Claros. Tanto o comandante do 10º Batalhão, tenente-coronel Heli José Gonçalves, quanto o delegado regional da Polícia civil, Aluízio Mesquita, embora reconhecendo ser de extrema gravidade o problema que aflige a cidade, procuram transmitir tranqüilidade, assegurando que a situação está sob controle. Mas, nas ruas, continua acontecendo todo tipo de crime, desde assaltos a mão armada e furtos, até arrombamentos e furtos de veículos. Ontem, a imprensa noticiou mais uma execução, configurando a continuidade da guerra por pontos de drogas ( uma pessoa foi abatida com doze tiros). Essa seqüência de delitos leva a população a descobrir semelhanças com o que os meios de comunicação divulgam sobre os grandes centros, onde já se instalou uma espécie de guerra civil não declarada. O comandante do 10º BPM garante que os índices de criminalidade em 2006 foram menores em 16,6% no que se refere a crimes violentos, fato que não acontecia desde 2001. E fala em atuação integrada das duas polícias mediante a implantação das AISP ( Áreas integradas de segurança pública), que prevêem a divisão da cidade em quatro regiões para maior eficiência do policiamento, ostensivo e repressivo. Pontos críticos, como botecos, bares e similares, onde ocorrem com maior freqüência atos que perturbam o sossego público, passarão a ser visitados com mais rigor, para coibir som alto, brigas, uso de drogas e prostituição. Logo que o esquema estiver em funcionamento, diz o policial, a população sentirá “sensação de segurança”. O delegado regional também anuncia medidas inovadoras. Fala na implantação de “nova mentalidade” em sua corporação, no preparo dos policiais, e não deixa por menos: “Bandido comigo não tem vez”, diz, em entrevista. Na sua opinião, a polícia será tanto mais eficiente quanto obtiver o respaldo da população, que precisa utilizar em maior escala o serviço de disque-denúncia. E reconhece que, se for feita pesquisa na cidade, o item da segurança pública aparecerá em primeiro plano. Daí por que a ênfase é o aprimoramento do pessoal diretamente ligado à repressão ao crime, em suas diversas modalidades, tais como assaltos, homicídios, furtos, roubos e tóxicos. Na avaliação do delegado, no que se refere à segurança pública em Montes Claros, 2007 será melhor do que 2006, mesmo a despeito do elevado número de homicídios e assaltos que se registram: “A onda de crimes registrada em janeiro é passageira. Com persistência e dedicação, inteligência e preparo, estamos virando o jogo” – garante o delegado. Sobre a possibilidade de o crime organizado estar instalado em Montes Claros, o que explicaria a sequência de execuções, o tenente-coronel Heli José Gonçalves admite, quando muito, o envolvimento de “pessoas gananciosas” no tráfico de drogas, afastando a hipótese de associação de bandidos que discutem e planejam crimes. E conclui: “Ocorrências mais complexas, aqui, e que foram frustradas, tiveram envolvimento de pessoas de fora”. Como se vê, tanto o delegado Aluízio Mesquita quanto o comandante Heli José Gonçalves têm visão otimista do setor da segurança pública. Mas a população, que se sente prisioneira dos bandidos, pensa de forma diferente e vê com ceticismo a possibilidade de as medidas anunciadas virem a corrigir a situação. Assim, é quase certo que ninguém se contentará em apenas sentir “sensação de segurança”, como preconiza o comandante. Só fatos concretos conseguirão mudar o conceito de insegurança que predomina na cidade, de maneira palpável.
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