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Mensagem: Na rota do narcotráfico<br><br>Waldyr Senna Batista<br><br>Não há mais como negar que o alarmante crescimento da criminalidade em Montes Claros se deve ao tráfico de drogas. Pela sua posição geográfica, a cidade foi inserida na rota do narcotráfico, atraindo bandidos que obedecem ordens emanadas de presídios situados nos grandes centros.<br>Roubos, furtos, arrombamentos, desmanche de veículos, assaltos a mão armada, delinqüência de menores, homicídios, execuções sumárias, tudo decorre da ação de criminosos que se instalaram na cidade. Aliás, o agora coronel Heli José Gonçalves, que deixou o comando do 10º BPM para assumir a chefia do CRP (Comando regional de policiamento), em entrevista, referiu-se a esse aspecto da questão, quando disse que “ocorrências mais complexas aqui, e que foram frustradas, tiveram envolvimento de pessoas de fora”. <br>No final do ano passado, o titular da Delegacia de tóxicos, Saulo Nogueira, anunciou que oitenta por cento dos envolvidos com o comércio de drogas estão recolhidos na cadeia local e que os restantes vinte por cento, já identificados, seriam alvo de implacável ação policial a fim de desmantelar a estrutura da bandidagem. O mesmo policial, em conversa telefônica com o titular desta coluna, também admitiu que toda a ação criminosa desenvolvida na cidade é comandada de dentro dos presídios.<br>O crescimento da criminalidade acentuou-se ao longo das três últimas décadas, não por coincidência devido à pavimentação do acesso ao Nordeste, pela Rio-Bahia ( BR-251 ), e à rodovia que leva ao centro-oeste do país ( BR-365 ). O fim do surto de industrialização inspirado pela Sudene também influiu, já que deixou sem suporte levas de pessoas sem qualificação profissional que aqui aportaram atraídas pela perspectiva de empregos. A somatória desses fatores, além do fato de o crescimento da criminalidade constituir fenômeno nacional, levou à deterioração que só tende a aumentar e que transformou para muito pior o perfil de Montes Claros, historicamente tida como cidade acolhedora de forasteiros. Surgiram, desde então, as muralhas, aparelhadas com a parafernália eletrônica, com que os moradores de classe média alta buscam proteger-se.Ao afirmar, em entrevista, que “estamos virando o jogo”, o delegado regional Aluízio Mesquita leva a admitir que, pelo menos até agora, a polícia estava em desvantagem. A propósito da coluna anterior, que tratou do mesmo tema, mensagem eletrônica atribuída à Polícia civil, faz referência à limitação instrumental das polícias no combate ao crime, assinalando que tanto a repressão ( PC ) como a prevenção ( PC ) “está sendo feita dentro das possibilidades”. Admite também que o esquema policial enfrenta “muitas adversidades” , devido à legislação atrasada e ineficiente, à insuficiência de recursos e à infra-estrutura precária.<br>E a mensagem termina com um apelo que vale reproduzir por inteiro, dirigido à população: “Conclamo toda a população montes-clarense e norte-mineira a engajar, de forma efetiva, nas discussões sobre segurança pública. Quanto aos políticos: leis mais eficientes e atualizadas, melhor distribuição de renda, melhoria na educação, geração de empregos, capacitação e valorização dos profissionais da segurança pública; quanto ao cidadão: discussões em grupos de vizinhos, participação em conselhos de segurança pública ( Consep ), enfim, uma vivência mais amigável com as pessoas em nossa volta, são aspectos essenciais para que a paz volte a reinar em nossas cidades. A palavra é: “cidadania”.<br>Muito a propósito: o noticiário policial desta semana registrou a décima terceira execução do ano, elevando a média para 1,45 por semana. Desta vez, um cidadão, que estaria jurado de morte, foi abatido a tiros na presença da esposa. Para variar, a Polícia aponta o envolvimento com drogas como motivo do crime. <br>No entanto, surgem estatísticas excluindo Montes Claros do rol de cidades onde viver é perigoso. Imagine-se o grau de periculosidade predominante nas que constam da lista...
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