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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 28 de abril de 2024
 

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Mensagem: Dá para reverter ?

Waldyr Senna Batista

Consta que, ao ser inquirido sobre os baixos índices de popularidade que o perseguem, o prefeito Athos Avelino, aparentando tranqüilidade, responde: “Ainda dá para reverter a situação”.
Indiretamente, ele reconhece que a situação é incômoda. Mas estaria apostando em grandes obras, projetadas ou já em andamento, sob o patrocínio dos governos estadual e federal. A lista é significativa: usina de biodiesel, da Petrobras; estação de tratamento de esgotos sanitários e avenidas sanitárias, pela Copasa; construção de nova cadeia pública e duplicação da avenida de acesso ao aeroporto, pelo Estado; e a instalação do restaurante popular, com dinheiro da União. Sem se esquecer da construção de supermercado na avenida Cel. Prates, em cujo canteiro de obras o prefeito deixou-se fotografar, devidamente paramentado com capacete. Em algumas delas, há parceria nem sempre expressiva do município, o que dá ao prefeito o ensejo de arrolá-las como tendo sido viabilizadas graças ao seu decantado prestígio pessoal junto ao presidente Lula e ao governador Aécio.
Mas há controvérsias. Vários desses empreendimentos são remanescentes da pauta de administrações passadas, em que a atual está pegando garupa. Outras ainda não saíram do papel, pelo que dificilmente se tornarão realidade com a urgência imaginada. E embora todas sejam reconhecidamente importantes para a cidade, é pouco provável que, depois de prontas, elas venham a ser reconhecidas por parcela considerável da população como fruto do empenho da atual administração. E quanto ao supermercado, trata-se de obra polêmica, que vai gerar empregos e renda, mas já está produzindo dano irreparável a uma área importante da cidade, com reflexo negativo na imagem do prefeito.
Se essa relação de obras constitui a esperança do prefeito para recuperar prestígio, é improvável que isso aconteça na extensão em que ele espera. Porque ao cidadão que paga impostos e vota, o que interessa é a solução do problema corriqueiro da porta de sua casa ou a reposição do asfalto imprestável das ruas da cidade, onde vem sendo desperdiçado dinheiro que logo será levado pelas enxurradas. As grandes obras sob parceria são outro departamento.
Nos seus primeiros meses, a atual administração até deu a impressão de que fizera opção acertada pela eliminação de esqueletos deixados nos armários. Muito tempo foi dedicado à chamada herança maldita, como a demissão de servidores contratados irregularmente. Mas não se tratava de procedimento consistente, também conhecido como arrumação da casa. Essa e outras investidas só fizeram produzir o crescente desgaste que transformou em alto risco o comparecimento do prefeito em atos públicos, como aconteceu mais uma vez na semana passada, quando ele foi desrespeitado e submetido a constrangimento.
Outra área de grande desgaste tem sido excessos cometidos pelos guardas municipais, a pretexto de controlar o trânsito. Munidos de caneta e talões, eles implantaram o terror no centro da cidade, aplicando multas em situações em que o mais sensato seria dialogar e orientar. A cada ação repressiva, amplia-se o desgaste pessoal do chefe do Executivo.
Essa falta de sensibilidade em setores delicados é que leva à conclusão de que, faltando 21 meses para o término do mandato, o prefeito Athos Avelino pode estar incorrendo em equívoco ao alimentar a esperança de que “ainda dá para reverter a situação”. Pode não dar, porque a campanha sucessória já está nas ruas.

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