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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Sem oba-oba

Waldyr Senna Batista

Saudada, por um jornalista, ao ser criada, como “a realização de antigo sonho da categoria”, a Secretaria municipal de comunicação está mostrando para que veio. Com a nomeação de mais sete profissionais da imprensa para engordar mais ainda seu obeso quadro do setor, a administração comprova que decidiu utilizar artilharia pesada na tentativa de conter a constante queda do índice de popularidade do prefeito Athos Avelino.<br>O que não significa que o objetivo será alcançado facilmente, pois, no que se refere a comunicação de massa, não há Duda Mendonça capaz de convencer o consumidor ( no caso, o eleitor) de que determinado refrigerante é saboroso, se a bebida não for de fato palatável e não corresponder, minimamente, às qualidades apregoadas.<br>Em se tratando de órgão público, essa correspondência precisa ser ainda mais estreita. Mesmo dispondo agora a prefeitura da mais numerosa redação da cidade – maior até do que a da Unimontes –, os textos a serem produzidos, por mais qualidade que venham a ter, precisam inspirar confiança. Ou seja, o prefeito vai ter de fazer sua parte, que é realizar obras.<br>Textos oficiais são enfadonhos e pouco atrativos, conforme disse, dias atrás, o presidente Lula da Silva, um comunicador intuitivo, capaz de superar as mais graves crises de governo simplesmente usando o gogó. Foi assim, com discursos, nos escândalos dos sanguessugas e dos aloprados, e agora com o apagão dos controladores de vôos. Entre irreverências e impropriedades, negando hoje o que afirmou ontem, o presidente acaba contrariando princípios da comunicação, porque conta com atributo que poucos têm - que falta, por exemplo, ao prefeito de Montes Claros – que é carisma.<br>Há dias, ao falar sobre o projeto de criação de canal de televisão pública, que está em gestação, ele recomendou que esse novo veículo não deve se caracterizar como “televisão chapa branca”, porque não seria bem recebido pelo público. E, mais uma vez abusando do linguajar de metalúrgico de porta de fábrica, que não se recomenda ao presidente de nenhum país, disse, para que todo o Brasil ouvisse, que esse tipo de televisão “enche o saco” do telespectador.<br>Esse é o risco que corre o prefeito, aconselhado por assessores que se apresentam como especialistas, ao jogar todas as fichas no desempenho do seu batalhão de escribas. Esses conselheiros, certamente, estão mirando na estratégia utilizada por políticos e dirigentes de órgãos públicos da cidade, que usam e abusam do serviço de pessoas ligadas a veículos de comunicação para conquistar espaços na mídia. Mas não há indicadores seguros de que os resultados dessa manipulação estejam sendo satisfatórios, exatamente porque aos textos produzidos falta credibilidade.<br>Exemplo disso foi o “release” distribuído pela prefeitura e publicado, sem retoques, por alguns veículos. Referia-se a discurso pronunciado pelo prefeito Athos Avelino em solenidade de inauguração de pista de motocross, de cuja construção a prefeitura participou com a terraplenagem. Segundo o texto, o prefeito falou demoradamente enaltecendo a obra e destacando a importância da prática esportiva para o aprimoramento da juventude, além de reafirmar sua disposição de apoiar iniciativas do gênero.<br>Só que o prefeito não chegou a discursar na solenidade, impedido que foi por ruidosa e demorada vaia, a que reagiu chamando os manifestantes de “vagabundos” postos a serviço de adversários seus. A matéria oficial parecia focalizar outra solenidade, em outro local, com personagens diferentes. É verdade que sua publicação não provocou qualquer efeito, porque, como ensina o inefável presidente dos brasileiros, é isso mesmo o que se pode esperar de mensagens que se resumem ao oba-oba e ao culto da personalidade.<br>Antigo prefeito, pouco afeito à publicidade, e “turrão” por formação, criticado por isso, costumava dizer que sua propaganda eram as obras que realizava. Incorria em erro, pois assim se colocava no outro extremo, já que o contribuinte tem o direito de ser informado, desde que com seriedade, sobre o trabalho do administrador que elege.

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