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Mensagem: Com o rei na barrigaWaldyr Senna Batista Dos órgãos públicos que atuam em Montes Claros, no momento o que executa as maiores obras é a Copasa. Além da construção de avenidas, ela implanta a estação de tratamento de esgotos ( ETE) e a segunda adutora para captação de água no rio Juramento.São empreendimentos que compõem o pacote negociado pela prefeitura na administração anterior e revigorado pela atual, a fim de remunerar o município pela antecipação do contrato de concessão do serviço de água e esgotos, por mais trinta anos. Foi uma fórmula inteligente, que corrige lacuna do primeiro contrato, pelo qual a empresa recebeu acervo nada desprezível, sem qualquer exigência de contrapartida.A ETE vai atravessar a cidade de norte a sul, com galerias subterrâneas que solucionarão o problema da poluição das águas da chamada bacia do rio Verde Grande, de que o córrego Vieiras é tributário com o seu indesejável caldo de esgoto a céu aberto. Deverá ser concluída até o final do próximo ano, na melhor das hipóteses, tendo antes de dirimir demanda judicial, pois, projetada há décadas, o terreno destinado à estação, próximo ao distrito industrial, está hoje no perímetro urbano e vai incomodar os moradores se não for levada para bem mais distante. Enquanto isso, trava-se a guerra das placas entre o Estado e a prefeitura, com esta poluindo a paisagem com painéis gigantescos, no esforço de tirar proveito do empreendimento de que participa como parceira proporcionalmente inversa ao tamanho das placas.Já a nova adutora, que, por enquanto, tem atravessado terrenos rurais com picadas de vinte metros de largura, ainda não ganhou visibilidade, a não ser registro de três linhas na coluna aí de cima, de Benedito Said. A frente de serviço está a oito quilômetros de distância da cidade e, dentro de dois ou três meses, chegará à área residencial, quando certamente ganhará as indefectíveis placas e faixas. Sua conclusão permitirá mais do que duplicar a capacidade de adução de água para o abastecimento da cidade, atingindo durante as 24 horas até pontos hoje inacessíveis, pelos próximos 30 anos.Mas o curioso é que, com investimentos tão expressivos, a Copasa não consegue conquistar a simpatia da população. Em parte, devido ao girar dos hidrômetros, que produzem pesados débitos mensais computando água e ar. E, de forma mais acentuada, em razão do estilo imperial de gestão seguido aqui pela estatal, principalmente nos últimos dez anos, atuando como se tivesse o rei na barriga e não devesse satisfações aos usuários.Ao que se diz, essa situação vai mudar. As pessoas responsáveis por esse clima negativo estão sendo remanejadas ou “encostadas”, e a unidade regional, sediada em Montes Claros, vem de ganhar novo superintendente, Daniel Antunes Neto, que assumiu com poderes especiais. Ele já começa a mostrar que prefere o estilo dos seus antecessores mais remotos, Marcílio ( já falecido ) e Reis, administradores acessíveis e eficientes.Pelo menos ele chegou reconhecendo o elevado índice de rejeição que compromete a imagem da empresa e se mostrando decidido a relacionar-se melhor com a sociedade local. Consciente de que o gerente precisa mostrar a cara e fazer-se presente, admite a parcela de culpa que cabe à Copasa pela péssima qualidade dos remendos realizados no asfalto na maioria das ruas em que ela realiza constantes intervenções. Há áreas, como o bairro São José e o entorno da igreja Matriz, em que o pavimento foi literalmente destruído. O novo gerente garante que determinou o exame dos contratos firmados com a Esurb(essa empresa municipal é que executa o serviço) e vai exigir dela a correção de tudo o que foi malfeito. A conferir.O novo superintendente refuta a informação, historicamente arraigada, de que a Copasa aufere grande lucro em Montes Claros para compensar o déficit que tem com a operação dos sistemas das demais cidades da região. Seja como for, a verdade é que ela nunca teve prejuízos aqui, pelo que precisa retribuir com serviço de melhor qualidade. Daniel Antunes Neto chega no momento propício e, para conseguir isso, basta não cometer os erros dos últimos dez anos.
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