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Mensagem: Plantando pesquisas (*) Paulo BragaNa política, quem sai na frente corre o risco de gastar todo o gás antes da hora, mas, até políticos ditos experientes, tentados pelo gosto do poder, vivem antecipando campanhas. Já acontece, por exemplo, quanto à próxima eleição para prefeito, marcada para outubro de 2.008. Aqui mesmo em Montes Claros, pretensos candidatos praticamente fazendo corpo-a-corpo, ou lançando propagandas intempestivas, ilegais.O saudoso ex-prefeito Mário Ribeiro da Silveira costumava dizer que gente, muitas vezes, é como bois, se uns correm em determinada direção, os outros vão atrás. E assim fazem os candidatos, uns se lançam antecipadamente e lá vêm outros, com suas verdades e mentiras, para “pegar” os bobos dos eleitores.A moda é plantar pesquisas. Todo dia surgem rumores diferentes, sobre fulano ou beltrano “na frente”. Porém, nunca aparece relatório escrito, registrado, detalhado e assinado por algum instituto de pesquisas com credibilidade. É aquela estória dos pés de cobras, dizem que eles existem, mas ninguém vê, acredite se quiser.Dia desses, num supermercado, um assessor de político mal acabara de me contar que seu patrão teria investido 70 mil reais em “pesquisa séria, feita por um instituto de Belo Horizonte”, cujo nome ele não citou, quando se pôs a avaliar as possibilidades de veracidade de suposto levantamento totalmente divergente, que conhecida dupla de “marqueteiros tupiniquins” tem se encarregado de espalhar, a serviço de outro candidato, posto em primeiro lugar nessa segunda lista, mas que na tal “obra de 70 mil” apareceria apenas “em quarto, bem longe”. Ora, quem tem pesquisa confiável não fica preocupado com supostos dados totalmente divergentes, ironiza-os. Logo, concluí que acabara de ouvir duas lendas (mentira é palavra muito pesada) sobre o mesmo assunto.Uma coisa é certa, quando um político tem a seu amplo favor pesquisa verdadeira, mesmo que feita para “consumo interno”, ela aparece, é mostrada de maneira formal, ainda que a poucos e parcialmente, para não orientar os adversários. Do contrário, como diz “Zezão Sugesta”, pagodeiro em São Tomé do Buraco Grande, é “minhoca lá”.Outro fato: pesquisa séria não diverge muito dos resultados que a gente encontra no dia-a-dia, conversando com pessoas de diferentes áreas. Também, não é comum apurarmos altos índices de votos definidos, consolidados, a quase um ano e meio das eleições. Portanto, nesse universo de seis a oito possíveis candidatos, se alguém chegar dizendo que um deles está com 25, 30 ou mais por cento das intenções de votos, desconfie da metodologia, da abrangência e da real existência da tal pesquisa. Se falarem em 50 por cento, tenha certeza de que é mentira.Observe ainda que, tão importante quanto as intenções de votos, é necessário conhecer a rejeição dos candidatos, que nada mais é que o percentual de eleitores que afirma não votar de jeito nenhum em cada um dos pretendentes. Normalmente, os mais amados são também os mais odiados, salvo os casos de completa frustração ou escandalização do eleitorado. Por acaso aquela pessoa que chegou dizendo ter visto uma pesquisa informou também os números da rejeição, pelo menos a ordem dos candidatos nessa fila?A propósito: os índices de rejeição, igualmente, podem e provavelmente vão sofrer grandes alterações até a próxima eleição, principalmente se o prefeito Athos Avelino Pereira de fato construir a nova história que a propaganda oficial está prometendo. Seus adversários sabem que cada rua asfaltada, cada emprego gerado, cada serviço prestado e bem divulgado pode, no mínimo, colocar novamente o chefe do Executivo a caminho do segundo turno, ainda que prefiram acreditar e pregar que “nem pintar ruas de ouro adianta mais”.A favor do atual prefeito pesa também a inexistência até aqui de escândalos em sua administração e na sua vida pessoal, ao contrário do que acontece com muitos plantadores de pesquisas por aí.(*) Jornalista
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