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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 23 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Paulo Coelho<br><br><br> Durante muitos anos, antes de me dedicar com mais afinco às atividades literárias, exerci as mais variadas atribuições da espécie humana, definidas pela minha capacidade, sempre limitada, e pelas necessidades de sobrevivência neste mundo materialista.<br>O tempo passa e leva a vida.<br>Hoje, os encontros semanais, aos sábados, na Cristal, e às vezes em dias outros, têm sido marcados pelos comentários sobre crônicas ou artigos publicados por um ou outro participante do grupo ou sobre a obra literária de algum escritor, com ligeiros intervalos de contemplativo silêncio, que se impõe quando nossos olhos são forçados a se fixarem numa beldade que passa, desfilando pelo Quarteirão do Povo, marcando presença.<br> Entre um e outro comentário alguém lembra, por exemplo, que Getúlio Vargas pertenceu à Academia Brasileira de Letras e Juscelino, não.<br> No último sábado estava eu distraído, saboreando um pastel, quando o jornalista Estevão Barbosa, com a mão em meu ombro, questionou-me: “O que você acha do Paulo Coelho?”<br> Muito já se comentou sobre Paulo Coelho em nossa mesa. O José Luiz Rodrigues é um admirador do acadêmico. Eu, em particular, nunca tinha lido Paulo Coelho (um crime!). A pergunta, por esta razão, assustou-me, pois não gosto de emitir opinião, sem conhecimento próprio do assunto.<br> Sabia eu que de sua parceria musical com Raul Seixas havia resultado o sucesso “Eu nasci há dez mil anos atrás”, entre outras letras de músicas escritas para Elis Regina e Rita Lee, mas ainda não tinha lido “O Alquimista”, nem “O diário de um mago” ou “O demônio e a Srta. Pryn”, entre outros livros seus. Sabia, todavia, que era um nome ilustre no campo das letras, mas ignorava que ele era um dos escritores mais lidos no mundo, desde 1998, e que já vendeu mais de 54 milhões de exemplares de seus livros, traduzidos em 56 línguas e editado em 150 países. Eu conhecia Paulo Coelho como a menina que tinha visto o mar, pela primeira vez, e afirmou que já conhecia o mar, mas eu não conhecia Paulo Coelho como o marinheiro, que conhece o mar. Com essa visão superficial eu não poderia emitir opinião.<br> “O Alquimista” integra, hoje, a minha estante de livros lidos, depois de ter sido apreciado por milhões de pessoas, além do Brasil, na França, na Polônia, na Suíça, na Áustria, na Argentina, na Grécia, na Croácia, em Portugal, no Mundo. Livro polêmico, fenômeno literário do Século XX, que chegou ao primeiro lugar da lista dos mais vendidos em dezoito países, e está adotado em escolas de mais de trinta países. E eu, ainda, não o tinha lido.<br> Cumpre ser lembrado que “O Alquimista” foi elogiado pelo prêmio Nobel de Literatura Kenzaburo Oe, pelo prêmio Nobel de Paz Shimon Peres, mas o que mais me vexou foi saber que até Madonna havia lido e elogiado o livro.<br> O acadêmico Paulo Coelho ocupa a Cadeira nº 21, da Academia Brasileira de Letras, desde 25 de julho de 2002, por justo merecimento.

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