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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: GÊRA CAPA DE REVISTA

Era um campeão de energia. Biótipo médio, magro, quase sisudo, caucasiano. Corpo e cara do cantor Ney Matogrosso. Este, assim como ele, um leonino.
Na pia batismal da igrejinha dos rincões campesinos do Brejo das Almas recebeu o nome de Geraldo Caíres. Para os muitos amigos diletantes era Gêra Capa de Revista. Orlando, amigo e companheiro de estrada o chamava de Gera Paia, açulando-o, já que o mesmo fora bem de vida no início dos anos 70.
Gera, assim como o seu pai, só andava nos trinques!
Chamavam-no mesmo de Gêra do Brejo, como uma homenagem à querida cidade de Francisco Sá, sua origem campestre. Passou os seus mais profícuos anos de vida aqui nos Montes Claros, onde transitava no mercado de veículos.
Captador, vendedor, gerente e proprietário de uma conhecida agência de automóveis, a qual ele mesmo chamava de Internacional. Era sua a máxima “vir a Montes Claros e não visitar a Agência Internacional é a mesma coisa que ir a Roma e não beijar a mão do Papa”
Carismático como pessoa e como profissional angariou um vasto círculo de amizades e de admiradores. Dotado de bom humor e portador de um coração de ouro, aparava o cavaco de todos os amigos que o procuravam, pois não sabia dizer “não”. Muitos abusaram da sua bondade e do seu bolso sempre farto.
Vestia com esmero roupas da moda e mesmo clássicas. Sapatos de verniz ou de pelica. No inverno usava blusões importados, com forro de pele de carneiro, sobre uma camisa de seda chinesa.
Comercialmente era uma águia. Como convinha a um bom negociante tinha a palavra fácil e ouvido de mercador.
Fora do serviço era o dono da noite. Bons restaurantes, bares, boates. Nas pistas de dança um tremendo pé de valsa. Rolava com as damas da noite. Tinha a boca de glutão e vivia num “dolce far niente”. Aonde chegasse para farrear era animação na certa!
Um amigo do peito! Corajoso e destemido, defendia os amigos e companheiros de jornada. Ajudou-me a enfrentar uma situação de perigo em 1980. Aparou o cavaco na hora! Quando saía para farrear portava dois revolveres 38, puro exibicionismo, ocasião em que eu o chamava de “cintura 76”.
Um guerreiro com alma espiritualizada em um coração terra-terra. Gostava de um bom vinho, de um “scoth on the rocks”, e um coquetel “Manhatan”. Viveu e morreu de forma exótica! Em um acidente automobilístico sob uma ponte. Os amigos passaram dias à procura do seu corpo, cabendo a Tim Silveira, seu conterrâneo, encontra-lo numa manilha.
Sabemos que nos mundos Súperos, onde certamente se encontra, será sempre um amigo. O nosso querido e inesquecível Gêra Capa de Revista!


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