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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: A morte do menino

Waldyr Senna Batista

A Polícia civil marcou pontos importantes ao esclarecer, em curto espaço de tempo, o hediondo crime que teve como vítima o garoto Sidney Júneo, e ao desbaratar perigosa rede de tráfico de drogas que agia na cidade, com grupo de extermínio tido como responsável por dezenas de assassinatos.
O mais importante, nessas duas ações foi, o uso do sistema de inteligência que, principalmente no caso dos narcotraficantes, vinha atuando há meses, levantando pistas, realizando prisões e encurralando os bandidos. Ainda no ano passado, o delegado Saulo Nogueira, que comandava a especializada de tóxicos e entorpecentes, anunciou ter posto na prisão 80% dos integrantes das quadrilhas e prometeu rigorosa repressão aos 20% restantes, que seriam presos numa operação a ser desfechada em pouco tempo. Mas as execuções sumárias continuaram. O anúncio feito agora, pelo delegado regional, Aluízio Mesquita, de dissolução dessa rede criminosa, certamente conclui o trabalho que vinha sendo desenvolvido,que revelou o preparo de operação que tinha a participação até de policiais do 10º BPM local e planos para invasão de presídios para a soltura em massa de prisioneiros. Essa audaciosa operação, ao que parece, foi abortada.
Quanto ao crime que trucidou o menino, houve a participação importante da comunidade, que utilizou o disque-denúncia. A partir das informações que recebem, a polícia pôde chegar ao criminoso, um psicopata, que confessou friamente o crime. A população, que estava nas ruas com manifestações de repúdio ao bárbaro assassinato, um dos mais revoltantes da história de Montes Claros, readquirir a esperança de que a justiça será feita. Pelo menos nesse episódio há a certeza de que a impunidade não prevalecerá.
Contudo, fica a confirmação de que Montes Claros não pode mais conviver com os elevados índices de violência que têm sido registrados, ao ponto de conduzi-la da 11ª para 4ª posição no “ranking” do Estado. O delegado Giovani Siervi, que comandou a equipe que apurou o caso Sidney Júneo, titular da delegacia de repressão aos crimes contra a pessoa, confirmou, há dias, que pelo menos 70% dos 40 homicídios registrados na cidade, de janeiro até agora, tiveram como motivação o tráfico e o uso de drogas. Situação que se espera regredir, daqui para a frente, em virtude da anunciada eliminação da rede criminosa.
Os integrantes do sistema de segurança pública, até agora, vinham respondendo de forma dissimulada as indagações que lhes eram dirigidas a respeito do clima de intranqüilidade que prevalece na cidade. É possível que assim procediam em razão de não poderem oferecer detalhes do trabalho que vinha sendo desenvolvido. O novo comandante do 10º BPM, major Franklin Silveira de Paula, por exemplo, em entrevista dada à repórter Lucilene Porto, do “Jornal de Notícias”, procurou minimizar a situação, definindo-a como “períodos sanzonais de crescimento da criminalidade”, a que os órgãos do sistema têm dado resposta. Na visão dele, o problema está se expandindo no país, como resultado da impunidade e da corrupção, que comprometem as áreas de saúde, educação, emprego e qualidade de vida. Quanto ao que ocorre aqui, ele disse não é motivo para “assombro”, vendo nisso uso sensacionalista da imprensa ao divulgar os fatos.
De tudo o que se disse, a propósito da eficiência da Polícia civil nos dois episódios focalizados, fica a certeza de que o problema da falta de segurança continua grave, exigindo atuação incisiva do sistema policial. O envolvimento de policiais militares no esquadrão da morte, a que se atribui dezenas de execuções, mostra o grau de deterioração a que se chegou.
Isso exige, no mínimo, a continuidade de ação que possa ir fundo nas origens do problema. Limitar-se ao uso do manual básico, não restituirá à população a tranqüilidade por ela almejada, quando saiu às ruas em protesto contra o martírio do menino.

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