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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Tião Martins
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Lílian sem Calcinha (outra vez?)


Nossa correspondente exclusiva em Buritizeiro e Pirapora, Valéria M., que escreve como quem respira, ou seja, do jeito mais espontâneo e livre que se possa imaginar, pela primeira vez está ligeiramente incomodada.
E seu incômodo tem tudo a ver com a reação de um político à história (fictícia, notem bem) de que vereadores de Montes Claros teriam discutido acirradamente o caso “Lílian Ramos sem calcinha”.
Por conhecer Montes Claros e gostar da cidade (mas não de certos homens que, segundo ela, têm o péssimo costume de se juntar em um café de esquina para falar mal da vida alheia e, principalmente, jogar lama em mulheres), ficou ainda mais aborrecida:
- Não entendi como é que criar personagens e histórias de determinada cidade pode desmerecê-la. Para mim, o que desmerece o legítimo representante de um município não são as fantasias do ser criativo, mas a forma como o político se apresenta ao seu eleitorado. O papel de um vereador é ter pressa, sim, mas para sacar a pena e o papel e se compadecer dos seus semelhantes.
Valéria M. parece ser pessoa gentil, de bom coração, mas algo na manifestação do vereador doeu nela mais que mordida de cão bravo. Tanto que tem um conselho cruel para oferecer aos políticos em geral:
- Ao falar em brio, deviam corar de vergonha e se sentir feridos, quando a cidade é levada às telas e às manchetes e representada por vereadores algemados e levados a prestar depoimento na Polícia Federal, sob a acusação de saírem dos trilhos. E também não entendi o que a formação universitária dos vereadores tem a ver com delicadeza, interpretação de textos, racionalidade e sensatez.
Nossa correspondente nas barrancas do São Francisco lembra ainda que houve reações mornas, quando a novela “Cobras e Lagartos”, da Rede Globo, associou o nome da cidade à idéia de um fim de mundo qualquer, classificação mais do que injusta para uma terra de pessoas educadas, gentis, inteligentes e cheias de brio.
- Falta-me imaginação diz Valéria para conceber o que seria de Jorge Amado, Ariano Suassuna, Clarice Lispector, Mário de Andrade, Bernardo Guimarães, Fernando Sabino e tantos outros escritores brasileiros, sem os seus personagens, criados a partir de tipos brasileiros. Onde descansaríamos nossas mentes? O que seria de nós?
Na opinião dela, os brasileiros de verdade, seja de Montes Claros, Buritizeiro ou Belo Horizonte, são aqueles que riem da própria desventura de morar em país tão cheio de corrupção e de impostos. “Gente obrigada a se esconder em casa e ver a cidade assolada pela violência da fome, da agressividade e da falta de dinheiro”.
Para concluir, Valéria M. deixa sua opinião de mulher adulta, livre de preconceitos e cheia de idéias:
- Como viajante desta nau, gostaria de lembrar aos que não entendem de literatura que a fonte da informação conhecida como crônica é a imaginação, descompromissada com regras, livre de censura e capaz de brotar em qualquer cabeça que saiba ver o mundo sob a ótica da criatividade. Para os cultos, a crônica é conhecida como arte.
Mas antes do ponto, que fecha as cortinas, ela deixa a vocês um sorriso:
- Enquanto aqui falta tanta coisa, a própria Lílian Ramos, dona da “calcinha ausente”, pode se esbaldar na fartura dos braços de um amor, lá na Europa.
The End.

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