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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: PEDRO MONTES CLAROS

O n° 1 do clã dos Amorins, pai da nobre estirpe de Sinval, Ataenie, Zé Amorim, Bem-Pau-Veio, Tuca e de Dô-Meu-Fã, as moças da família não fazem parte deste relato adotou o nome de Pedro Montes Claros, como uma homenagem a esta cidade.
Sinval construiu o Edifício Pedro Montes Claros, com o nome do pai gravado na fachada, situado na confluência das ruas Presidente Vargas e Doutor Veloso, em frente ao Conservatório, antiga sede do extinto Clube Montes Claros. Tudo no tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, e em que os viventes eram temerosos das iras de Deus.
O seu salão de oficial barbeiro era situado na mesma rua Doutor Veloso, no Centro. Alma campesina e reta, Pedro Montes Claros trabalhava vestido conforme os modelos rústicos da época.
Calças de brim Triunfador, paletó jaquetão azul, com um lencinho de seda no bolso. Chapéu Ramenzonni abas largas, botas de cano longo, cabelo fixado a Gumex, cinturão de couro cru, com fivela de prata20. Na cinta, um estojo de couro, com um bom canivete Solinger.
No bolso da algibeira uma tabaqueira de cobre com um bom rapé.
Como era funcional e prático, nos seus afazeres profissionais, introduzia na boca do cliente masculino, sentado à sua cadeira de ofício, uma grande bola de ping pong, visando melhor escanhoar os pêlos do rosto. Sendo um apaixonado por montarias, certo dia, ao fazer a barba de um cliente saiu à porta para ver passar um alazão bom de trote.
Solicitou ao cavaleiro, que conduzia a montaria, permissão para dar uma volta no quarteirão, no que foi atendido de bom grado. Deixou para trás o freguês com a bola entalada na boca. Este, vendo a demora do barbeiro, saiu suando em busca de socorro. Na tentativa apressada de extrair a peça, quase rasgou a própria boca!
Pedro gostava de pitar um cigarro de palha, e para isso montara, num canto da sala, uma escarradeira, o que era moda nos anos 30. Construída de um grande ladrilho cerâmico posto sob um montículo de areia grossa. Raspava a sua garganta com grande espalhafato e dava a cusparada certeira no aparelho.
Um cliente que, assim como ele, fumava um “paieiro”, com encorpado fumo sergipano, e que também tinha voz de trovão, raspou a garganta, fazendo tremer as paredes do salão, e ato contínuo rumou à escarradeira para concluir o intento.
Pedro “atalha o cliente, segurando-o pelo braço, leva-o para a rua e lhe explica:” Desses grandes, compadre, tem que ser aqui fora! Lá dentro encarde as paredes”.

Sinval Amorim, seu filho, encontra-se com um amigo que lhe diz: “Como vai Sinval. Olha que barulho de trovoadas. Parece que vai chover grosso”. Sinval respondeu: “Não é trovoada não! É papai e Matias Peixoto, que estão raspando a garganta e gritando, na rinha de galo aqui perto. E arrematou:” Os dois juntos parece trovoada mesmo!”“.

Raphael Reys

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