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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Uma mistura de alívio e frustração. Foi esse o resultado da minha participação na manifestação contra a violência organizada pela família do garoto Sidney no último sábado pela manhã. De fato me senti aliviado. Já estava com nojo de mim mesmo não por permanecer indiferente, mas ´passivo´ a essa inaceitável escalada da violência em Montes Claros. Lembro-me do tempo, há menos de 15 anos atrás, em que as portas e portões das casas ficavam abertos. Eu e meus amigos podíamos simplesmente entrar nas casas um dos outros. Não era necessário nem bater no portão. Jogávamos bola, soltávamos pipa e ficávamos até altas horas da noite sozinhos na porta das nossas casas - no deserto Bairro Ibituruna - assando Batatas e jogando conversa fora. Tinha uns 12 anos. Mas isso é passado. E essa realidade é tão discrepante da que temos hoje na cidade que parece até conversa de um idoso saudosista. Não o sou: não tenho nem 25 anos de idade. A primeira decepção ao chegar a porta da prefeitura (lugar de concentração para a manifestação) foi justamente a ausência de pessoas da minha idade. Na verdade, não apenas da minha idade, mas de pessoas acima dos 18 anos de maneira geral. A maior parte dos manifestantes pareceu-me claramente composta por jovens estudantes do 2º Grau. Mas isso, diga-se de passagem é tão animador quanto frustrante. Parabéns a esses jovens que escolheram não permanecer calados. Parabéns a vocês que, mesmo sem entender direito a importância do ato que lhes era proposto, mesmo que tenham ido para acompanhar a turma, para fazer uma baguncinha ou pro que não tinham nada melhor pra fazer, se dispuseram a defender uma causa. E animador ver que, pelo menos no caso deles, ainda pode haver esperança. Mas por mais que eu tente ser otimista, foi impossível não perceber que a maioria desses jovens (senão todos) eram participantes de grupos católicos (leia-se EAC). Nada contra o EAC ao a religião católica. Mas comecei a me perguntar: a causa não é importante o suficiente para receber maior apoio da igreja? Apenas os jovens de uma paróquia? O que teria acontecido se os Padres de todas as paróquias tivessem PELO MENOS estimulado a participação dos fieis (não apenas dos jovens) nessa e em outras manifestações? A quem estou enganando? O pequeno número de adultos na manifestação era sinal claro de que tal envolvimento da Igreja não aconteceu nem mesmo na paróquia da família do Sydney. Senti falta do DCE, do DENC. Na verdade de universitários de maneira geral. Montes Claros tem no mínimo 8 instituições de ensino superior, atualmente se gaba da suspeitíssima 2ª posição da Unimontes no Ranking das melhores universidades e mesmo com todo esse potencial não mais do que 5 Universitários (eu e outros 4 gatos-pingados, com todo o respeito aos colegas) numa passeata contra a violência? É lamentável, ridículo, decepcionante. Esses primeiros adjetivos vão para o DCE e o DENC. Houve pelo menos alguma tentativa de mobilização? Não me surpreenderia se a resposta a essa pergunta for não. Tampouco se a resposta for sim. Juntanda-se a acomodação natural do brasileiro + a descrença com a política + a alienação política e social que paira sobre os discentes e o resultado não poderia ser diferente: Ausência quase que total de universitários. Mais uma vez, a quem estou tentando enganar? Por que motivo um universitário (com uma agenda tão apertada entre estudo e trabalho) em sã consciência iria perder seu precioso tempo participando de uma manifestação que não vai resultar em nada concerto mesmo? Não deixam de ter lá sua razão... Mas nem os estudantes de História, Ciências Sociais e Filosofia da Unimontes? Dá vontade de rir.... pra não chorar. Não vou nem comentar a falta de apoio dos órgãos de imprensa de maneira geral (será que depois disso vocês do montesclaros.com ainda vão me publicar no Mural?). Alguns poucos e rápidos anúncios nas rádios e nos jornais locais da TV seriam suficientes para comunicar a existência da manifestação e assim atrair aqueles que, como eu, esperavam a primeira oportunidade para expressarem sua revolta. É triste. Por fim, e para deixar bem claro o principal motivo que me levará a participar de futuras manifestações que por sorte eu ficar sabendo, quero compartilhar com vocês a “peso” que deixei nas ruas naquela manhã de sábado. Nem precisou gritar para me sentir mais leve. Para sentir que mesmo que nada mude deixei bem claro para as autoridades que não sou palhaço, não estou alheio à incompetência e ladroagem deles e, principalmente: SALDEI A DÍVIDA COM MINHA CONSCIÊNCIA que, como cobradora implacável, não perdia oportunidade de me lebrar de que, apesar da revolta interna, seja por acomodação ou descrença, mantendo-me em silêncio eu não era nada além de MAIS UM a permanecer INDIFERENTE E PASSIVO, independentemente da minha ciência sobre os fatos. Pelo menos pude dormir em paz nos últimos dois dias. “É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver O que me preocupa não é o grito dos violentos. É o silêncio dos bons.´ Martin Luther King

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