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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O nome de Darcy

Manoel Hygino dos Santos

Não são segredos, mas fatos pouco conhecidos. A história está cheia deles. Permanentemente se encontram revelações maiores ou menores sobre lugares e pessoas. O grande fascínio do pesquisador reside precisamente em encontrar um desses magníficos veios ou a revelação do desconhecido, por múltiplas razões.
Aconteceu, por exemplo, com Darcy Ribeiro, grande personalidade deste Brasil e das Américas, com idéias claras, corajosas, que manifestou pessoalmente, pelos meios de comunicação, em todas as formas, sobretudo em livros de superior conteúdo.
Sobre ele, publiquei um pequeno livro, ‘Darcy, o ateu‘; Amelina Chaves aqui semelhantemente, e muito ainda se falará e se contará a respeito do desabusado - ou abusado? - filho do casal Reginaldo Ribeiro e Fininha Ribeiro, professora, esta nome de importante via pública, na cidade do mortal escritor e etnólogo.
Recentemente, Haroldo Lívio desvendou o que poucos possivelmente sabiam: o verdadeiro e completo nome do ex-chefe da Casa Civil de Jango. Haroldo, advogado, escritor, autor de ‘Nelson Viana, o personagem‘, tem verve e pesquisa, conscientemente tudo que existiu e existe no norte de Minas.
Ao ensejo do sesquicentenário de Moc, do ser perguntado, Haroldo Lívio respondeu, tranqüila e imediatamente: o nome completo e verdadeiro era: ‘Marcos Darcy da Silveira Ribeiro‘, o que causou surpresa, quando não estranheza.
A dúvida foi levada ao secretário de Cultura, que tampouco ouvira a respeito e considerou a informação equivocada. Ligou-se, para esclarecer, para Paulo Ribeiro, autoridade no município, sobrinho do autor de ‘Maira‘, com o qual convivera muitos anos. Paulinho igualmente negou a versão de Haroldo Lívio, com base ao que sabia. Darcy sempre fora Darcy e jamais receberá outro prenome.
Ocorreu o seguinte, segundo Haroldo Lívio, fundamentado no esclarecimento de Hélio de Morais, cidadão do mais alto conceito e ligado à própria família Ribeiro, por casamento: os pais levaram a criança à pia batismal na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José, para receber o nome e Darcy.
Acontece que o sacerdote, celebrante do ato, cônego Marcos Van In não aceitou o nome escolhido pelos pais, sob a alegração de que não era de santo. Diante do problema, apelou-se para o ‘jeitinho‘. Foi batizado como Marcos Darcy, com o que se seguia o costume, homenageava o cura e se agradava aos genitores. É o que deve constar do batistério, embora do registro civil possivelmente ser apenas Darcy.
A versão agora tornada pública foi confirmada por Roberto Plínio Ribeiro, primo em primeiro grau (carnal se diz lá, no norte de Minas) de Darcy. E não há nisso novidade maior. O próprio autor do relato (esclarecedor ou suscitador da dúvida), lembra que fato semelhante acontecera consigo mesmo.
Quando levado à matriz de Contendas, o padre Manuel Callado não silenciou. Exigiu outro nome para o batismo, sob argumento de desconhecer algum santo chamado Haroldo. Por outro lado, porém, o registro civil assim já fora feito pelo escrivão Chico Pinto.
O pai não se conteve: ‘Sou eu que escolho o nome de meus filhos e não vejo autoridade com poderes para impor outro nome. Se a criança não pode ser batizada com o nome que lhe dei, eu a levo de volta para casa. E não se fala mais nisso!
Diante de uma conversa ao pé do ouvido, entre os padrinhos e o sacerdote, resolveu-se: o menino saiu com o nome que hoje tem.

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