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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Saudade em pérolas<br> <br> Manoel Hygino (jornal ´Hoje em Dia)´<br><br>Com a sensibilidade de jornalista que nasce jornalista, e com a acuidade e o alto nível de qualidade de seus textos, Roberto Elísio escreveu, há meses, interessante artigo dominical, dando-lhe o título de “Serenata, a alma sonora de Moc”. E tem razão. Nenhum lugar se devotou tanto à serenata como a grande cidade norte-mineira.<br>Outras podem ser consagradas por esse gênero de manifestação artística. Mas a cidade que serviu de berço a Cyro dos Anjos e Darcy Ribeiro (ambos registrados com Y) não perde para nenhuma em termos de serenata, que efetivamente é “a alma sonora” de sua gente.<br>Há uma tradição, que se obriga preservar, e os mineiros dali o fazem com todos os méritos. João Chaves perenizou sua criação com as serestas. Sua filha, Maria de Lourdes Chaves, Lola, segue a vocação paterna, e, recentemente, lançou excelente coleção de páginas inesquecíveis, a que denominou “Pérolas de Saudade”. Uma preciosidade!<br>Seresteiros até a morte. Quando o boêmio Silva Reis faleceu, no sétimo dia de seu sepultamento, um grupo de seresteiros foi ao cemitério para cantar ao som de flauta e bandolim, músicas imperecíveis. Na paz dos que partem deixando saudade, João Chaves cantou, pela primeira vez, a modinha “O bardo”, de sua autoria, em homenagem ao amigo.<br>Anos depois, houve a segunda serenata no cemitério. Sob a regência de Hermes de Paulo, cantou-se por João Chaves, junto ao seu túmulo e no sétimo dia de seu passamento. Nascia outra tradição.<br>Em todas as apresentações do “Madrigal Renascentista”, cujos cinqüenta anos se comemora, se estou presente, o maestro Marco Antônio Drumond presta-me uma homenagem, com seu coral interpretando o “Amo-te muito”, de João Chaves. Ele, companheiro de Maria de Lourdes Pimenta, minha prima, em escritório de advocacia.<br>Aconteceu assim, em minha posse na Academia Mineira de Letras, fazendo o coração voltar à terra em que nasci, cidade agora sesquicentenária. Quando se ouve esta música, há um silêncio religioso.<br>Pois agora, como informa Paulo Narciso, um símbolo e uma glória de Montes Claros viajarão pelo Brasil, pelo mundo, em companhia dos que apreciam a serenata. É que as empresas que fornecem toques musicais para celulares acataram pedido para disponibilizar a modinha “Amo-te muito”.<br>As pessoas serão despertadas ou alertadas com o toque de “Amo-te muito, como as flores amam, o frio orvalho que o infinito chora...!”<br>A letra é bela e simples, como a gente de lugar distante. Assim surge, mais uma vez, na recente gravação que Lola fez das músicas de seu saudoso genitor: “Amo-te muito, como as flores amam/ O frio orvalho que o infinito chora./ Amo-te, amo-te como o sabiá da praia/ Ama a sangüínea e deslumbrante aurora./ - Oh! Não te esqueças que te amo assim./ Oh! Não te esqueças nunca mais de mim.”<br>E as duas estrofes finais: “Amo-te muito como a onda à praia e a praia à onda, que a vem beijar.../ Amo-te tanto como a branca pérola/ Ama as entranhas do infinito mar.<br>Amo-te muito, como a brisa aos campos/ e o bardo à lua derramando luz. / Amo-te tanto quanto amo o gozo/ E Cristo amou ardentemente a cruz”.<br>É o hino de modinha nacional.

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