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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O HOSPITAL DO MEU SANTO

“o coração não tem nada a ver com nada! Fora a sístole e a diástole e a sua fisiologia medíocre´ - Luiz Fernando Veríssimo.

Após oito anos de um episódio de fibrilação atrial, que se tornou persistente e crônica, resistindo a dezessete internações, para controle e tratamento médico e de emergência, que me fez na visão do velho Rubem “caçar ventos e melancolia” finalmente, em face à urgência, o amigo do peito Dr. Noasses Diamantino, contatou o renomado Dr. Reynaldo Castro Miranda.
Esse seu amigo, diretor do Hospital Universitário São José em BH e, finalmente foi feita a ablação do nó AV, colocando um fim a tão extenuante incidente.
Dra. Mônica Magalhães aviou o risco cirúrgico e fui buscar a perícia do Dr. Luiz e, a mobilização de Rose no TFD. Aprontei a sacolinha e pé na estrada! Marieta Magalhães e o seu filho Ricardo Reis me receberam no apê da Tomé de Souza, no fundo do palácio da Liberdade, me colocando à vontade.
Suando em bicas, mais do que “tirador de espíritos’ dado aos 110 batimentos cardíacos por minuto, fui internado no Incor Minas que tem como regente, o meu padroeiro, São José. Tudo como um pecado do lado de baixo da linha do Equador.
No terceiro andar conheci a doçura da Ludmila, da Milena, e da Verônica. Um show de atendimento, carinho e inter-relação para com os pacientes, mesmo com o expressivo número dos que chegam e logo são atendidos. Lá, os olhos verdes e brincalhões da enfermeira Patrícia confirmavam o dito do poeta “deixavam uma sensação perfeita de graça e leviandade no espaço”.
A prima loura Elení Freitas pelo lado materno, acudiu como minha acompanhante, já que o notável escritor Felippe Prates, que iria me acompanhar, foi internado com uma crise de pneumonia.
Fui apresentado pelo Dr. Reynaldo a sua equipe de eletrofisiologia cardíaca nota dez. Dra. Tereza Grillo, e o seu auxiliar Dr. Henrique, o gigante careca, esse, nascido aqui na terra de Figueira. Enfermeiras da cirúrgica e o anestesista.
Agradeci pelo procedimento, atendendo a um pedido pessoal do nosso competente cardiologista Noasses Diamantino e, fui portador do “cumprimente ao Noasses, por nós, quando voltar”.
Que beleza! Nas mãos da melhor equipe de eletrofisiologia cardíaca das Alterosas! Ambiente moderno, aparelhagem última ponta, alta tecnologia, exímios profissionais, em um tom de azul aconchegante. Relaxei, e só me restou, mesmo que induzido quimicamente, a mergulhar nos braços de Morfeu, o deus do sono. Enquanto os céus sustentavam o astro rei que brilhava, pulei da trave da objetividade explícita para o mundo colorido dos sonhos.
Fazendo a mesma pergunta que Calderon de La Barca “a vida, sonhos são?”... No meu estado onírico revi a Belo Horizonte de 1951, a Avenida Afonso Penas com seu visual art decó, os trilhos francêses bitola 21, e os bondes românticos, a arquitetura em linhas curvas, rococó, e o traçado urbano modernista projetado por Aarão Reis e Francisco Bicalho.
Nas ruas, garotas usando boina de feltro, saia tipo garota do Alceu, ousadas senhoras com vestidos “tomara que cáia” damas das camélias com blusa de tafetá negro brilhante, crepe de chine... Nas ruas, Ford Bigode fazendo fonfom. No ar o som de um bolachão de vinil 45rpm, Cauby Peixoto cantando: O amor é uma pérola rara/e tem a cor de um rubi... Eu puxando um filtro de ar de Packard preso por um barbante e levado pela mão por minha mãe, que usava broches côco e ouro. Cavalheiros de terno e chapéu palhinha fumando Liberty Ovais, cantarolando Chico Viola. Moças com topete “pega rapaz” e no ar a fragrância do perfume Nuit De Noel. Uma lata de pastilhas Valda.
Ainda tomado pela anestesia continuei o meu delírio falando que era feliz, pois, em meus sonhos-realidade surgira outra Patrícia, essa, uma cigana a la española, mistura “caliente’ de louro-morena, nascida numa transição escorpião para sagitário, olhos de ‘femme fatalle’, uma cabeça intelectual em uma alma espiritual. Quando Deus quer, Deus manda a felicidade!
Acordei no leito 460 no quarto andar, tendo como vizinho de cama o compositor Antonio Braga, operado de próstata que me falou do projeto de seu CD próximo, declamou sonetos urbanos e prometeu enviar-nos algumas poesias.
Um abraço carinhoso a fantástica equipe do Incor Minas!


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