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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O “GAVIÃO”

Bonitão, conquistador, aportou em Montes Claros, logo depois do fim da 2ª Guerra Mundial, quando ainda não existia a figura do “Ricardão”, ou melhor, nos tempos em que ele era conhecido pela alcunha de “Gavião”. Óculos escuros, porte atlético, conversa fácil e agradável, falava de coisas novas, despertando a curiosidade das pessoas. Era representante comercial. Fez, logo, o maior sucesso com o mulherio. Sua fama correu mundo. Passou a ser convidado para quase todas as festinhas e reuniões. Sua agenda tornou-se intensa. Quase toda noite um compromisso social.
Um dia, ao fazer uma venda, cantou bela mulher casada, mãe de três filhos. A infeliz não resistiu àquele incrível charme e caiu na rede. O marido, exímio comprador de bois, homem de poucas posses, honrado, daqueles que um fio de sua barba valia uma nota promissória, era dos cabras mais valentes e bom de gatilho da região. Já respondera a uns cinco processos por homicídio doloso. E o gavião lá, a se esbaldar com sua esposa...
Bem que um amigo até advertira ao D. Juan:
– Abre seu olho, galo na terra dos outros é galinha. O marido dela é uma fera. Já matou mais de cinco...
– Não se preocupe, ele viaja muito e jamais descobrirá.
– Ora, não descobrirá?! O que não se fica sabendo numa cidade pequena?
E não deu outra. Poucos dias depois o matador pegou a mulher e os três filhos, pôs em seu empoeirado jipão 54 e se dirigiu à residência do gavião. Encontrou-o, na sala, vestindo um elegantíssimo robe de chambre. Foi, logo, dizendo:
– Olha aqui, seu moço, sou um homem direito e trabalhador. Casei com essa mulher porque gostei dela e tenho com ela esses três filhos pequenos. Trabalhei feito louco pra dar a ela e às crianças uma boa vida. Agora fiquei sabendo que sou corno. Já matei muito, só nunca roubei. Temos só dois caminhos: ou mato o Sr., ou faço um trato com o Sr: de hoje em diante o Sr. terá que cuidar dela e dos meninos do mesmo modo que eu cuidava. Se o Sr. não cumprir esse trato, venho aqui e te mato.
O gavião viveu na Princesinha do Norte até sua morte natural, ocorrida bem antes da do matador, vendendo seus produtos e cuidando, com o maior esmero, daquela mulher e de suas três crias, sob constante vigilância. E mais: assentada a poeira, o valente corno ainda levou pra morar na casa que construíra para a família uma linda morena, da roça, dez anos mais nova, fidelíssima, quituteira de primeira, que lhe deu dois filhos e, segundo confidenciou a um amigo, muito melhor de cama...

PS: Participei da belíssima homenagem que a Assembléia Legislativa, por iniciativa do grande deputado, meu ex-aluno do curso de Direito, Arlinho Santiago, nos prestou por nosso sesquicentenário. Novo reencontro com vários amigos fraternos da velha guarda. Dia seguinte almocei, no Mercado Central, com Raphael Reys e Felippe Prates, um magnífico feijão tropeiro, com arroz e ovos fritos. Depois levei Rafa até o Hospital das Clínicas e ainda lhe dei a notícia de que O Mural havia publicado afetuosa mensagem de um de seus médicos. Noitinha, naveguei no montes claros.com e nos outros jornais de minha aldeia. Está me causando muito prazer ler e reler os capítulos das memórias da infância de meu querido Ucho Ribeiro e estou adorando as inteligentes e saborosas histórias de Dawidson Rêgo. Ando sentindo muita falta de novos escritos do mestre Oswaldo Antunes e de Flávio Pinto.

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