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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: A frente e o verso

Waldyr Senna Batista


O anúncio da formação da Frente pela retomada do desenvolvimento de Montes Claros, por grupos de oposição, foi o primeiro fato político relevante produzido pela pré-campanha visando à sucessão municipal de 2008. Por se tratar de mera manifestação de intenções, com objetivo definido, seus efeitos serão restritos, mas nem por isso desprezíveis.
De imediato, essa frente, que reúne adversários históricos, leva a crer que a próxima campanha se desenvolverá em nível civilizado, mesmo que não seja alcançada uma das premissas da aliança anunciada, que é a candidatura de consenso. Essa pretensão é difícil de ser atingida, uma vez que todos os líderes do grupo encontram-se em campanha há mais de um ano. Mas só o fato de estar sendo tentada, representa evolução, já que, normalmente, as disputas aqui sempre se transformam em vale-tudo.
Nesse tipo de composição, a grande dificuldade não é tanto a superação das diferenças políticas e ideológicas dos participantes, porque em política tudo é possível. Difícil mesmo é superar focos de resistência na militância, pois o eleitor em geral tem dificuldade em assimilar a naturalidade com que políticos que sempre se agrediram do alto dos palanques de repente surjam aos abraços e sorridentes posando para fotos, como se nada tivesse acontecido.
Na campanha municipal anterior ocorreu fato exemplar, quando acerto palaciano inverteu por completo o quadro local, que se tinha como consolidado, alijando do processo nomes que pareciam definitivos e acolhendo outros que nem estavam em cogitação. Até “defunto” ressuscitou em conseqüência desse acordo, adotado no derradeiro instante do prazo final para o lançamento de chapas. Ele influiu decisivamente para a derrota do candidato até então considerado como favorito e transformou em vitorioso o “azarão”. Tudo isso porque os mentores da composição não se deram ao trabalho de combinar antes com os “zagueiros”, como ensina a velha anedota futebolística. Manter o mínimo de coerência nessas decisões é essencial numa cidade como Montes Claros, cujo eleitorado não se deixa dominar facilmente.
A propósito, no dia 9 deste mês, no curso de solenidade promovida no Automóvel Clube, um dos componentes da frente, agora criada, o deputado estadual Rui Muniz, declarou ao autor desta coluna, com autorização expressa para divulgação (“você pode dar o furo”, disse ele), que nada o demoverá do propósito de ser candidato a prefeito no próximo ano. Nem mesmo os possíveis óbices legais, que podem ser impostos pela justiça eleitoral aos que mudam de partido, pois, no seu entendimento, a legenda pela qual se elegeu vereador e deputado estadual ( o PFL ) foi extinta, dando lugar ao Democrata ( DEM ). Em razão disso, as restrições legais previstas não o atingirão, no caso de se inscrever em qualquer partido. No momento, ele se apresenta na condição de “sem partido”, pois considera que não haverá troca, o partido a que pertencia é que deixou de existir.
Disse o deputado que reconhece a precedência de Jairo Ataíde para ser o candidato a prefeito pelo DEM e, por isso, não irá bater chapa com ele nessa etapa. Não teria a menor chance de êxito. Mas, no dia 29 de setembro, véspera do prazo final para se inscrever em partido político, anunciará sua escolha, que já está feita ( não será o DEM) e se lançará candidato tendo como sustentação uma coligação de oito legendas. Se Jairo vier a ser candidato pelo DEM, disputará com ele nas urnas, lembrando que, na eleição do ano passado, teve 24 mil votos em Montes Claros, contra 27 mil do ex-prefeito. No entanto, diz que não recusará o apoio de Jairo, se isso lhe for oferecido. Assim, conclui Rui Muniz, sua decisão já está tomada e é irreversível.
Essa conversa ocorreu na noite o dia 9, por iniciativa do deputado, menos de uma semana antes do anúncio de criação da Frente pela retomada do desenvolvimento de Montes Claros, da qual ele participa. Ela pode ser tomada para aferir o grau de envolvimento dos integrantes da união proposta. Um fato, entretanto, não elimina o outro, pois, em política, da mesma forma que as nuvens ganham formas diferentes a cada instante, cada lance tem a frente e tem o verso...

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